A serpente tem uma curiosa ambivalência icónica.
Na descrição bíblica, a serpente surge associada ao Mal e ao pecado. Foi a serpente quem deu origem ao primeiro pecado (o original), e por isso foi amaldiçoada entre todos os animais e condenada a rastejar.
A serpente, por outro lado, surge com frequência associada ao Conhecimento. Aliás, também na tradição bíblica, é a serpente que sugere o primeiro acto verdadeiramente científico: a experiência.
A serpente, nomeadamente quando representada a morder a própria cauda (o ouroboros), sugere a ideia de eterno retorno, do dia a seguir à noite, de renovação permanente do conhecimento. Por isso o novo símbolo de Coimbra, a Cidade do Conhecimento, uma notável criação de Francisco Providência.
A representação simbólica da Farmácia corresponde a uma taça com a serpente nela enrolada, representação com origens na mitologia grega.
Também com origem na mitologia grega surge a representação da Medicina: uma serpente enrolada num bastão (embora, ao que parece, se discuta também como válida a representação através de duas serpentes enroladas num bastão, em atitude amistosa).
Quando foi noticiada a hipótese de sabotagem de medicamentos na farmácia do Hospital de Santa Maria lembrei-me da serpente.
Espero que tudo se resolva.
És um sábio; e obrigaste-me a ir ao dicionário ver o que era um "ouroboros".
ResponderEliminarAbraço
Este post é viperino.
ResponderEliminarblx
Existem segredo na serpente! e nos repteis
ResponderEliminardescobre mais numa comunidade online
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