O nosso amigo Carlos Furtado escreve num post abaixo que acha simpática a ideia avançada por Alberto João Jardim de proibir o comunismo, já que o fascismo também está proibido.
Eu acho que estes proibicionismos podem parecer simpáticos mas considero-os demagógicos e peregrinos. Pretender proibir ideologias, sejam elas quais forem, é uma impossibilidade óbvia que mais não pretende que perseguir os respectivos arautos. Estes podem prender-se, aquelas não.
Acho mais interessante que a Constituição defina com clareza as liberdades e os direitos inalienáveis dos cidadãos e daí decorrerá tudo o resto, ou seja, a ilegalidade de qualquer sistema ou regime político que as contrarie. Considero mesmo perigoso começarmos a proibir este ou aquele "ismo" e penso que muitas derrapagens anti-democráticas aconteceriam se cedêssemos a essa tentação proibicionista.
Para melhor ilustrar o meu sentir, adianto que não partilho a opinião de que se devem proibir certos símbolos, como por exemplo a cruz gamada, nem tampouco acho inteligente criminalizar o negacionismo sobre a Shoa. Posso compreender a preocupação de defender a verdade e de proteger os incautos, mas penso que em última análise tal desiderato se deve obter pelo confronto aberto e arejado de ideias e nunca pela declaração administrativa do que está certo ou errado. O disparate histórico ou científico estiola no debate mas a sua vitimização prolonga-lhe a vida.
Os vírus morrem ao sol, não à sombra.
Uma resposta extremamente lúcida e importante ao comentário feito sobre a proibição do comunismo. O que me surpreende e deixa perplexo é que continue a haver propostas deste tipo, que nos alertam para a persistencia na sociedade portuguesa de reflexos autistas herdados do antigo regime fascista.Ou então por ignorancia pura.Começam por proibir o "comunismo" ,a seguir proibem o "sindicalsmo", depois o "feminismo", e acabam por proibir a "mini-saia" e à irmã de sair sòzinha...Let alone, votar Socrates...
ResponderEliminarTotalmente de acordo, Douro.
ResponderEliminarO combate às ideias radicais deve ser feito no campo do debate político, da discussão. A proibição é um disparate.
Dito isto, e passados mais de 30 anos sobre o 25/4, a proibição do fascismo também deve ser retirada.
Mas aquilo que Jardim quer é partidos regionais, que a Constituição proíbe. Por isso é que ele lançou a questão das proibições. Para ver se, no final, são retiradas todas as proibições da Constituição.
é óbvio! quantos partidos ditos democráticos não são, na prática, expoentes ditatoriais!!!
ResponderEliminarExemplos? O PSD da Madeira com Jardim ao leme!
Estalinismos com contornos lusitanos... Alguém se lembra do papelinho escrito por Jardim ao sub-director de um jornal local a mandar «dar porrada no ministro?» __Veio no Público...
Apenas um afloramento do icebergue ditatorial que lá existe e medra... só ingénuos como Furtado
é que ainda vão na lenga-lenga jardinista!...
Absolutamente de acordo, caro douro.
ResponderEliminarApenas um reparo; a intenção do sr. Jardim não é discutir o comunismo. Antes pelo contrário, é alcançar a legalização dos partidos regionais.
Essa é toda uma outra discussão; mas que vale a pena, oh se vale...
"Dito isto, e passados mais de 30 anos sobre o 25/4, a proibição do fascismo também deve ser retirada."escreve J Anacoreta.
ResponderEliminarEstranha comparação .Estranha conclusão.
Há Marxismo e Liberalismo, duas teorias sociais que se opõem e nas quais se fundamentam comunismo e capitalismo.
Fascismo é uma aberração do capitalismo .O comunismo também tem as suas aberrações:
estalinismo, maoismo, polpotismo . Quando proibidas são-no por serem aberrações de ideologias e sistemas.
Ao referir "comunismo" ,Jardim pensa "anti-catolicismo". Discurso demagógico para plateia de crentes que mais me parecem nostálgicos do salazarismo .