A apresentação do "tal" estudo sobre a situação sócio-não sei que mais dos portugueses, isto é: de nós todos, enche-me de expectativa.
Hoje ficaremos a saber porque é que a maioria de nós não gosta do País em que vive, mas ainda assim se sente particularmente feliz; mais até do que a média nos países considerados no estudo.
Pode ser que seja por causa do Sol.
Ou então, é mais uma daquelas marcas simpáticas que nos tornam singulares. Do mesmo modo que o contacto com a nossa diáspora nos ensina que somos invejosos (eu sei muito bem como é que ele conseguiu...), temos pouca capacidade de trabalhar em equipa (se era isso que ele queria, não era assim que se fazia; deviam ter vindo falar comigo...), características que se juntam àquelas que nos marcam diariamente: ladramos mas não mordemos (se fosse comigo...; havia de ser comigo...), desconfiamos de tudo, sobretudo o que parece bem ou bom (sei muito bem o que é que eles querem; eles comem tudo; é só para enganar o pagode; são todos iguais) e, sobretudo, somos passivos (não votamos, não manifestamos, não nos indignamos, não nos irritamos... nunca nada é connosco - porque, "se fosse comigo...").
Nunca ou muito raramente reagimos. E até temos uma boa desculpa para isso: não vale a pena (isto já é assim desde o tempo da maria caxuxa...).
Pois bem, se calhar, em cima de tudo isto vamos ficar a conhecer mais uma marca da portugalidade. Somos mentirosos. Dizemos mal de tudo, porque isso nos dá prazer. Portanto, é tudo uma merda, mas a de lá de casa até é bem quentinha... (quer dizer, está tudo mal, mas eu cá me vou safando).
Do mal o menos, ainda há espírito para dizermos aos outros que nos sentimos bem.
Pobres mas felizes!!!
Tristes mas felizes!!!
Mal-governados mas felizes!!!
Provavelmente, é por tudo isto que nos arriscamos a ver o PSD ganhar as próximas legislativas. Para a malta poder gritar que "mudou alguma coisa, para que tudo fique na mesma"... Onde é que eu já vi este filme!?
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