segunda-feira, maio 25, 2009

Campanha - dia 1


O eleitor português não parece muito entusiasmado com a campanha eleitoral.

A tese de que estas eleições europeias são uma primeira volta das legislativas tem os seus riscos. E os seus custos: desde logo, a pretexto do voto útil, o de mandarmos para o Parlamento Europeu um lote de pessoas com as quais não concordamos em questões essenciais de política europeia, mas que ali vão ficar 5 anos a aplicarem essas políticas. Ora isso pode de ser um sapo bem viscoso e causar uma forte azia daqui a uns tempos.

Um dos riscos daquela tese será talvez o de provocar o efeito contrário, ou seja, o de levar o eleitor a esperar para ver, convencido de que terá afinal a palavra decisiva em Outubro na tal “segunda volta”.

Entretanto, se calhar por causa disso, quase ninguém discute nada de verdadeiramente interessante sobre a construção europeia, com excepção de umas abstractas referências à “eficácia” (não demonstrada) que o novo tratado é suposto trazer ao processo de afirmação da União e de uma declaração de fé na excelência (que tampouco demonstram) do presidente da Comissão. No essencial, generalidades e nevoeiro.

Depois não se queixem se o eleitor lhes virar as costas e os deixar a falar sózinhos.
(òleo de Wayne Thiebaud , 1964)

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