quarta-feira, maio 13, 2009

Avestruzes? Não, coniventes!

Confesso que às vezes até acho enfadonho recapitular tudo o que se vai passando em torno do caso Freeport. Mas a abertura de um processo disciplinar ao presidente da Eurojust é um dado novo e de profundo significado.
Estou para ver o que é o "prazo razoável" que se estabeleceu para o dito processo e a experiência diz-me que o melhor é não nutrir muitas esperanças sobre a forma como tudo isso vai terminar, pois, como escrevia o José Gil, nós temos um nevoeiro que dilui tudo e que nos corrói a coragem e a energia.
Mas aconteça o que acontecer, a partir de agora não há mais retorno. É o nosso sistema judiciário que está na berlinda e é a classe política que vai também ter de responder por este estado de coisas.
O Vitalino Canas não representa o PS e o que diz não se escreve. Há seguramente gente decente no Partido Socialista que, se quer manter a sua decência e merecer o nosso respeito, vai ter de se demarcar claramente dessa dinâmica aparelhística e de relentos mafiosos em que vale tudo para proteger o chefe. Há silêncios que comprometem. Há silêncios fatais.

6 comentários:

  1. Esta estória do Lopes da Mota levanta um problema que é afinal o problema do país e da educação que temos.

    Já Plauto dizia : Sine pennis volare haud facile est (Sem asas não se pode voar).

    Em Portugal, pega-se em qualquer ratazana e faz-se dela um magistrado.

    É evidente que depois não pode voar, acaba por ser sempre a mesma ratazana, de andar rasteiro.

    Para se ser magistrado não basta ter algumas noções de Processo, é necessária uma segunda natureza, uma educação, uma formação nesse sentido pelos valores da Magistratura. É necessária uma especial educação, um espírito.

    O falhanço do Lopes da Mota em levantar voo e ser capaz de manter a altura de um magistrado é o falhanço de todo o país.

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  2. Diremos que, inclusa a experiência pessoal e de outrém, depreendo que a magistratura em Portugal anda muito de mota sem capacete!

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  3. E muito bem Douro!
    É o chamado ponto de não retorno...
    mas a ver o que se conclui no fim do processo disciplinar...
    Acho estranho o silêncio das entidades competentes (Eurojust) e Comissão Europeia sobre o assunto!
    O jornalismo de investigação ainda não descobriu a existência de tais entidades!

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  4. Caro anónimo,falhanço de todo o país, vamos mais devagar, que ainda há muito 'pennis' no norte. LOL

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  5. Parece que hoje, Quinta 14, o Vital se demarca da posição do PS sobre este assunto. Fala em suspensão (nuance) do mandato do Lopes da Mota no Eurojust. É um começo mas é sobretudo uma demarcação que só o honra. Valha ao menos isso.

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  6. mais um bocadinho e ainda o Douro vai tecer loas ao personagem (eheheheh)

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