Sinceramente não entendo alguma indignação que por aí vai por causa de o PR e a AR se terem congratulado com a elevação aos altares (desculpem-me os laicos, mas gosto imenso desta expressão) de D. Nuno Álvares Pereira. Independentemente da religião de cada um, um novo santo português é um acontecimento inequivocamente relevante para a nação, ou não será?
Se há quem apoie Durão Barroso para Presidente da Comissão pelo simples facto de ser português, apesar de nada ter feito de relevante em benefício do país – bem ao contrário do que sucedeu com o Condestável -, chegando mesmo a invocar-se razões patrióticas para tanto, não me parece nada menos patriótico o regozijo com a canonização, mesmo que não se professe a religião católica.
Mal comparando, e que S. Nuno me perdoe, é tão patriótico um ateu apoiar o nosso Condestável como apoiar a reeleição de Durão Barroso. O patriotismo socrático só vale para uns e não para os que realmente merecem?
Mas é que o segundo ainda chega a Santo, por ter sido um dos três que deu ínício à nova cruzada
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEu não apoio Durão Barroso para a Comissão Europeia. Aliás, eu não apoio Durão Barroso para nada, a não ser, talvez, para substituir aqueles bonecos que aqui há uns anos costumavam ver-se a esbracejar à porta dos restaurantes chineses com um aparelho de insuflar por baixo.
ResponderEliminarImagino que um católico seja católico antes de ser nacionalista e que não hesite nunca em trair a pátria, se essa for a condição para salvar a alma.
A mim, o que me incomoda mais nesta história da canonização de Nuno Álvares Pereira é o seu destino português. De facto, é um destino bem português estar cerca de 600 anos à espera de aceder à glória dos altares e chegar lá por causa de um milagre de peixe frito.
Eu, ao contrário do TTaron (um abraço!) e tal como o Funes (outro abraço), acho que Barroso não é nenhum santinho...
ResponderEliminarum abraço do
Jac
Perfeitamente de acordo.
ResponderEliminarquanto ao Barroso só lhe falta ser candidato a Papa... antes da entronização.
Como se sabe, não costumo comentar comentários mas abro uma excepção em homenagem ao Tiago Taron que não vejo desde Coimbra e, portanto, há cerca de vinte anos. Um grande abraço Tiago
ResponderEliminarMeu Caro "Anónimo", mas que grande lata, então Vexa, o maior e mais assíduo comentador diz que não costuma "comentar comentários"? Abraço.
ResponderEliminarGrande João, forte abraço para ti também.
O país precisa de sentimentos. Mais do que de dinheiro. O patriotismo é um deles. Se não protegemos o que é nosso (seja os pinheiros, a cortiça, o fado, o vinho, as praias, o futebol) quem vai proteger?
ResponderEliminarNão aprecio muito Barroso, mas entendo que pode ser uma mais-valia em tempo de crise. De valores, claro. Pode fomentar o nosso turismo. Pode motivar os trabalhadores portugueses além-fronteiras revendo-se na competência de um dos seus. É fermento de autoestima, levedura de alto astral!
O Santo Condestável é também uma mais valia em termos de religião. Se em Itália chamam «portugueze» aos borlistas (aos que se infiltram nos espectáculos sem pagarem bilhete...) já era tempo de se corrigir tal afronta.
D. Nuno Álvares Pereira justificou com a espada e com a sua devoção à causa lusíada, com a sua empolgante saga castrense, um perfil moral de combatente indómito, de antes quebrar que torcer, por isso merece o podium da santidade!
Se S. Paulo foi um combatente tenaz, antes da estrada de Damasco, tendo-se convertido à nobre causa da seita do Nazareno, D. Nuno (agora São Nuno) sempre pertenceu à seita de Luso, nunca dando o braço a torcer. Merece, sem dúvidas, o pedestal da santidade. Talvez seja o santo patrono dos combatentes, dos lutadores, dos que por todos os meios almejam a vitória para os seus.
Quem sabe se não foi o corolário da visita de Jorge Nuno a Roma, com a Dona Carolina Salgado, cuja fronte virginal é de um imaculado tão puro que parece moldada em mármore de Carrara!?
Talvez, quem sabe?!
Caro Rouxinol, convém dar o dono a seu dono.
ResponderEliminarA razão porque em Itália se chama portugese aos borlistas é um motivo de orgulho nacional: na verdade, D. Manuel I, à época Rei do Portugal de Aquém e de Além Mar, quando enviou a Sua Embaixada ao Papa, a tal do elefante, entendeu por bem oferecer aos romanos todo o consumo que fizessem nesse dia... E assim fez; pagou tudo o que eles consumiram.
É por esta razão, e apenas por esta, que os italianos chamam portugese aos borlistas, ou seja aos que consomem sem pagar.
Já fomos grandes; porventura até demais...