« …Eu vi algumas vezes apreender jornais nas ruas de Lisboa e nunca pude deixar de rir a bandeiras despregadas, mesmo quando esses jornais eram meus, porque asseguro-lhes que não há espectáculo mais divertido.
Que faz esse homem de sabre em punho, a correr atrás de um rapazito que foge? Corre atrás do rapaz? Não. Corre atrás de uma verdade que ele leva nas mãos, embrulhada nalgumas folhas de papel.
O homem acerca-se do rapaz, arranca-lhe das mãos as folhas de papel e mete-as no bolso com um sorriso de satisfação.
O que significa o seu sorriso? – Significa que conseguiu esconder no seu bolso uma verdade.
Escondeu-a?
Na realidade, denunciou-a.
Enquanto essa verdade circulava tranquilamente nas mãos do rapaz, era talvez uma verdade obscura. Nos bolsos do homem tornou-se uma verdade famosa e se corria nas mãos do rapaz, nas mãos do homem ainda corre mais. Agora não corre: voa.”
João Chagas, Fevereiro de 1906
Que faz esse homem de sabre em punho, a correr atrás de um rapazito que foge? Corre atrás do rapaz? Não. Corre atrás de uma verdade que ele leva nas mãos, embrulhada nalgumas folhas de papel.
O homem acerca-se do rapaz, arranca-lhe das mãos as folhas de papel e mete-as no bolso com um sorriso de satisfação.
O que significa o seu sorriso? – Significa que conseguiu esconder no seu bolso uma verdade.
Escondeu-a?
Na realidade, denunciou-a.
Enquanto essa verdade circulava tranquilamente nas mãos do rapaz, era talvez uma verdade obscura. Nos bolsos do homem tornou-se uma verdade famosa e se corria nas mãos do rapaz, nas mãos do homem ainda corre mais. Agora não corre: voa.”
João Chagas, Fevereiro de 1906
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