quinta-feira, abril 02, 2009

A guerra dos genéricos

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) é das mais poderosas associações empresariais em Portugal. E o seu presidente, João Cordeiro, um dos dinossauros do associativismo com 30 anos de presidente. E na mais recente disputa eleitoral prometeu/instigou as farmácias a partir do dia 1 de Abril, ou seja ontem, a venderem genéricos mesmo que o médico tivesse receitado outro remédio qualquer. Um serviço à população afirmava Cordeiro. E assim foi. Ontem uns farmacêuticos mais seguidistas lá obedeceram ao grande líder e toca a trocar receitas. E o que representa esta atitude? nada mais nada menos do que não cumprir a lei. Ok. Se o Cordeiro pode fazer isto também eu decidi que não paro nos vermelhos pois gasto gasolina e tempo desnecessariamente. E incito todos a fazer o mesmo. Pois se a rebelião promovida pelo Cordeiro não tem consequências legais, então esta minha e outras que eu me lembre também nâo. Abaixo as leis, viva o poder popular.

6 comentários:

  1. Caro carlos furtado

    Desta vez não estamos de acordo. O carlos furtado mostra-se insensível ao facto de os médicos receitarem medicamentos caros quando podiam optar por ouros com o mesmo princípio activo, sabe Deus com que intenção (mas desconfio).

    Em Portugal, as pensões de quem trabalhou no sector privado são miseráveis (não de 90% do último salário). Obrigar estes pobres pensionistas a comprar medicamentos caríssimos, por capricho de um qualquer fedelho, é crise, é pecado! Tudo à custa do pobre pensionista e dos contribuintes, que
    suportam uma comparticipação maior.

    Se ninguém se revolta contra esta injustiça, que o BLOCO CENTRAL perpetua, face à miséria geral, os marginalizados assim continuarão.

    Provavelmente, carlos furtado nunca pensou nisto se a sua realidade for diferente; se apenas conhecer reforamdos da função pública, como professoras primárias que se reformam com 2700 euros! Sim, 2700 euros e aos 52 anos de idade! Dez vezes mais que a pensão mínima!

    e o carlos Furtano preocupado com leis imorais...

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  2. Confesso a minha dificuldade em compreender porque razão um médico receita um medicamento de marca se é possível receitar um genérico que tenha exactamente a mesma eficácia clínica.

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  3. É que de facto a pouca-vergonha e a impunidade leva a que os cidadãos se indignem (como diria Soares) e se revoltem.
    Quero recordar-lhe que esta ilegalidade (veremos...) praticada agora por muitos farmacêuticos (e não "uns farmacêuticos mais seguidistas" como diz) é parte integrante do programa do Governo e do Compromisso para a saúde assinada pelo Governo.

    Cumprimentos

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  4. Li com interesse o que diz o Mário de Sá Peliteiro no seu blogue "Boticário de Província". Vê-se que é pessoa que está no terreno.

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  5. Receitar genéricos?! Mas depois quem é que paga os congressos médicos? E não se esqueçam que eles costumam ser organizados em zonas difíceis, estilo Caraíbas, Tailândia, Marrocos e assim. Ná, não pode ser, genéricos não! E.S.

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  6. É uma tirteza comentarem aquilo que não sabem... Para informação, os laboratórios de Genéricos, não só levam médicos aos tais ditos congressos, como também levam farmacêuticos. Além de que fazem bonificações de mais de 400% nas farmácias, o que significa que na compra de 100 embalagens, a fármacia ganha 400. Aqui está o grande interesse do Sr Cordeiro em trocar as receitas. As farmácias não só trocam medicamentos originais como também trocam genéricos por genéricos bonificados. Sempre a favor da prescrição médica. O povo não sonha que as farmácias não estão minimamente preocupadas com os seus gastos, mas sim com os seus próprios ganhos. Ai se eu fosse jornalista arrebentava este mercado com tudo o que sei.

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