terça-feira, março 03, 2009

Mário Crespo

Mário Crespo vive possivelmente o seu melhor momento de jornalista. Na televisão e nas crónicas no JN. A sua independência e análise das "coisas" são um sinal de esperança neste Portugal atolado na mediocridade. Basta ler a sua última crónica no JN e em especial este parágrafo:

Enquanto Oliveira e Costa se mantiver calado está seguro na zona dos privilegiados da prisão dos ricos. Quando falar (e ele acabará por falar), provavelmente, cai o regime. É materialmente impossível ser ele o único responsável pela infinita complexidade das urdiduras financeiras nos Second Lives do BPN e da SLN. Logo, ao assumir toda a culpa, Oliveira e Costa mente e encobre. Pelos montantes envolvidos ele não pode ter sido o único beneficiário dos dinheiros que saltaram continentes, vindos sabe-se lá de onde para a maior operação de Dry Clean na história de Portugal, e foram parar…sabe-se lá onde. O certo é que se traduziram em compras de poder e de influência que conseguem transtornar o normal funcionamento das instituições. O problema não é da justiça.


Mais Mários Crespos houvesse e esperança não era palavra vã.

4 comentários:

  1. Eu até fico crespo só de ouvir falar nesse dito jornalista. E o exemplo dado prova-o: "quando falar cai o regime"!
    Absolutamente fantástico: Qual regime? O da corrupção, o governamental, os dois ou o do Crespo?
    Francamente! Muito mal vai Portugal quando a esperança assenta na mediania!

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  2. douro disse:
    Pois eu acho que entendo o que o Carlos quer dizer e partilho o ponto de vista de que é salutar que se multipliquem as vozes críticas e livres.

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  3. Absolutamente de acordo que a multiplicidade de opiniões é salutar, se fosse só isso que o CF quiz dizer... sorry, não foi o que transpareceu!

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  4. Acho extremamente salutar que se levantem dúvidas e questões, neste caso mais do que legítimas.
    No entanto, é muito fácil falar quando não há necessidade de justificar o que se diz e se sabe que essa desresponsabilização ainda confere um certo estatuto de independência e credibilidade a quem usufrui dela.
    Não será este estado de coisas um pouco distorcido?
    Triste é que um jornalista dito credenciado, pela simples razão de ser mais fácil agitar as águas do que assumir argumentos devidamente fundamentados, o faça continuadamente e seja considerado bom profissional por isso.
    Que tal investigar em vez dos já frequentes bitaites inconsequentes?
    Afinal é fácil ser jornalista.
    Se fosse uma profissão bem paga se calhar candidatava-me...
    Mal vai um país onde os media se resumem a isto, pq é sinal de que não têm consciência do sua função num Estado Democrático: manter-nos a esperança de que os valores que este consagra são respeitados por todos, ao serem os nossos olhos e ouvidos onde se torna impossivel ao comum cidadão chegar.
    No caso de Mário Crespo, os olhos estão centrados no umbigo...

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