domingo, março 15, 2009

Corridas, corridas e mais corridas

Ontem desci de bicicleta a Avenida da Boavista e vi um palanque montado quase em frente do Parque da Cidade e o meio da Avenida daí para baixo cheio de barreiras de metal amarelas. Vamos ter evento, pensei eu, enquanto contornava obstáculos pelo meio do caminho, mas convenci-me que o tinha conseguido evitar quando voltei para cima, porque estava tudo mais ou menos na mesma, as barreiras no seu sítio, e não pensei mais no assunto. Hoje de manhã tive que ir a Leça e a seguir quis tomar o meu café e ler o jornal ao sítio do costume. Desci a Circunvalação, e depois de contornar a anémona fui barrada por dois agentes da autoridade que me disseram que não podia seguir pelo edifício transparente por causa da corrida. Vi logo o filme. Voltei a subir a Circunvalação cheia de gente com T-Shirts verde alface por todos os cantos e tentei a abordagem “Vilarinha”. Quando achava que já estava livre dos corredores, voltei a ser barrada a meio da Rua António Aroso. Não podia sair por ali para a Avenida da Boavista. Voltei para trás, subi em direcção a Antunes Guimarães e consegui escapar pela Rua de Fez. Na Foz, a cena das ruas cortadas repetia-se. Ouvi dizer que esta é a primeira de duas corridas. Não sei se fui mal informada ou não, mas o que queria dizer é o seguinte: não tenho nada contra corridas, nem contra pessoas que gostam de andar em grupo, coleccionar mochilas, t-shirts, canetas bic e bebidas isotónicas, mas será que não há mais sítios para correr numa cidade inteira? Será que não faz sol por outras bandas, e não há outros cidadãos que possam ser incomodados nas manhãs dos fins de semana? É que isto já começa a cansar....e eu não corro :-)

1 comentário:

  1. douro disse:

    Adorei a sua frase final, Paula. E, nem de propòsito, relembrei-me destas frases do F. Pessoa que reli recentemente:
    "Cada homem é, ao mesmo tempo, um ente individual e um ente social. Como indivìduo distingue-se de todos os outros homens; e, porque se distingue, opõe-se-lhes. Como sociàvel, parece-se com todos os outros homens; e, porque se parece, agrega-se-lhes."
    E de facto hà dias em que não apetece nada vestir a T-shirt verde alface.

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