O mal-estar que se instala no país traz para a ribalta a ideia de que é preciso mudar. Muitos portugueses já tinham decidido mudar de país e procurar lá fora o que cá não encontram. Outros , menos atrevidos, querem mudar qualquer coisa, nem que seja de canal de televisão quando aparece a Fátima Campos Ferreira.
Não há hoje em dia campanha política que não glose o "change", com a óbvia excepção dos que já lá estão no poder, mas mesmo assim estes precisam de se embrulhar numas vagas promessas de mudança, nem que seja em matérias absolutamente acessórias tais como regimes de casamento ou cartas de condução com pontos. Reformas, progressos, avanços, programas e horizontes vermelhos ou azuis, é conforme.
Há os irrequietos que querem sempre mudar de líder e lá sai um coelho de uma cartola a trautear amanhãs fantásticos. Há uns inteligentes que avisam que o que faz falta é animar a malta. E começa a ouvir-se uns sussurros de que o que é preciso é mudar todo o pessoal político.
Em princípio, tendo a ouvir estes últimos com alguma simpatia, para afinal concluir que isso seria deitar fora o bébé com a água do banho. No outro dia pareceu-me ler a Maria José Nogueira Pinto alvitrar que era chegado o momento de se pensar em mudar de regime e reflectir sobre o modelo presidencialista. E terá sido uma coisa parecida o que disse na Segunda-feira o Vitorino?
Desconfio que este sussurro vai ganhar consistência e acredito que vale uma discussão.
douro (com minúscula, pois nunca me atreveria a pôr-me ao nível desse portentoso rio)
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