segunda-feira, janeiro 19, 2009

Ressaca do Congresso

Considero que o Congresso do CDS foi uma boa promoção ao partido.
Em termos dos mais e dos menos, Paulo Portas esteve muito bem, tal como Filipe Anacoreta Correia e a sua equipa. Manuel Queiró e o presidente da Juventude Popular, Pedro Moutinho, saem deste congresso com uma nota negativa.

Os menos

Começando pelos últimos, Manuel Queiró não é um desconhecido no partido e o facto de ter tido em mais de 500 congressistas apenas 5 votos, demonstra a falta de “chama” do seu discurso e a completa personalização da sua moção às ideias que levou.

Em relação à Juventude Popular, tinha como grande bandeira o fim das directas e não conseguiu a sua aprovação. Confesso que também sou defensor da eleição do líder em congresso, tal como julgo que grande parte dos congressistas o eram, mas a completa inabilidade e sentido de oportunidade de Pedro Moutinho acabaram por deixar passar a oportunidade.

Se na primeira votação, a das directas, votaram 540 congressistas. Na segunda, a das moções, votaram cerca de 420. Falamos de uma diferença de 5-10 minutos entre cada votação, e não constatei nenhuma debandada da sala. Fazia sentido, o autor da proposta, a JP, ter questionado a mesa do Congresso sobre esta questão. Depois, a formulação da pergunta posta a votação era um pouco confusa, pelo que o líder da JP deveria ter proposto à mesa a sua nova redacção, de forma a que não fosse levantada a dúvida aos congressistas. Ficou a dúvida se tivesse tido outro protagonista, se o resultado não teria sido outro...

Os mais

Paulo Portas fez durante o fim-de-semana grandes intervenções, viradas para fora, para o país.
Ao contrário do que o Carlos escreveu no seu post, considero que houve renovação e que, acima de tudo, e pela visível preocupação dos presidentes de distritais, houve uma perda real de influencia das estruturas na composição das listas.
Por seu lado, e independentemente de se concordar ou, Filipe Anacoreta Correia e a sua equipa fizeram uma oposição responsável e construtiva, trazendo gente nova e com massa crítica que também contribuiu para a renovação do partido. O congresso gostou de o ouvir.

Diogo Feyo

A renovação não é feita só de caras novas, é também levada a cabo pelo ganhar de importância e relevância de determinadas pessoas, como é o caso de Diogo Feyo. Ele é uma das caras da renovação, ao ascender ao lugar de primeiro vice-presidente, à segunda figura do partido.

Aliado ao excelente trabalho parlamentar que tem vindo a desenvolver, é de referir que cada vez que o seu nome foi citado, houve muitas palmas, que demonstram um cada vez maior reconhecimento e simpatia por parte dos militantes do CDS.

Europeias

Paulo Portas referiu a importância destas eleições, salientando que serão a “primeira volta das Legislativas”, pelo que uma lista forte com um candidato com reconhecimento público nacional irá certamente potenciar um bom resultado.

A volta de Luís Queiró à directiva, é um sinal da sua não recondução como candidato ao Parlamento Europeu. Por outro lado, Ribeiro e Castro certamente também não continuará.

Desta forma, a escolha do candidato está em aberto, e num ano com tantas “batalhas” eleitorais e com tantos candidatos "ocupados", este momento poderá também ser o mote para a renovação, com o aprecimento de uma candidatura protagonizada por um novo rosto...

2 comentários:

  1. Sei que provavelmente não será o melhor sitio para fazer ouvir a minha voz, já que não sou propriamente um adepto fervoroso da política que o Dr. Portas tem promovido.
    Never the less, cá vai...
    Quero dar os parabéns ao Dr. Diogo Feyo pela clareza das suas intervenções públicas e pela sua contribuição para manter o debate democrático aceso, numa altura em que a oposição tarda em saír do marasmo em que se encontra mergulhada.
    Mas dizer que o congresso do CDS-PP foi uma boa promoção ao partido e que as intervenções do Dr. Portas foram relevantes, na minha humilde opinião, é um pouco exagerado, para não dizer irrealista.
    Este congresso, como tantos outros, foi vazio de ideias frescas e realmente desafiantes para o país.Foi uma imagem do que o CDS-PP passa para o exterior como sendo o seu rumo ultimamente: inseguro, indefinido, virado para dentro, quando se pedia de um partido com o passado do CDS-PP que desse a cara como alternativa credível nas eleições que se aproximam.
    É preciso sangue novo, ideias novas e não mera demagogia e como insistentemente o Dr. Portas tem optado veícular quase sempre que se faz ouvir.
    São urgentes propostas concretas e acima de tudo concretizáveis e credíveis, para o bem da democracia e do País.
    É preocupante ver que esses ventos de mudança não sopram na Direita que o CDS-PP representa, porque faz falta, pelo menos para evitar que outras ventanias radicais e insanas se façam ouvir cada vez mais alto.
    E as sondagens que se vão fazendo confirmam estes factos...
    Faltam referências à Direita.
    É pena.

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  2. Para defesa:
    -das famílias com filhos
    -da liberdade de escolha na educação

    Assunção Cristas ao PE!

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