sábado, janeiro 24, 2009

A irresponsabilidade das afirmações do Primeiro-Ministro

Com toda a franqueza, acho mal que se diga que as investigações judiciais param e avançam ao serviço de interesses diferentes dos da descoberta da verdade (por exemplo, porque estamos em ano de eleições, como disse Sócrates).

Há vários exemplos de afirmações desse tipo. Pinto da Costa associava as investigações à liderança pelo F C Porto do campeonato de futebol. Vale e Azevedo dizia que era porque o Benfica começava a incomodar. Também Paulo Portas diz habitualmente que há notícias que surgem porque o PP está [quase] a subir nas sondagens.

São exemplos de afirmações demagógicas, que afectam a imagem da Justiça e colocam em causa a credibilidade de pilares essenciais do Estado de Direito.

O primeiro ministro do País tem responsabilidades especiais. Afirmações como as que produziu aproximam-no dos exemplos referidos, e afectam claramente a confiança que os cidadãos devem ter no governo e nos outros organismos do Estado. Acima de tudo empurram-nos para uma imagem própria de um país pouco desenvolvido. Acho que até se pode dizer sem exagero estas insinuações irresponsáveis podem vir a ser usadas para baixar um pouco mais o nosso rating...

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