domingo, janeiro 04, 2009

Gestão do Ódio

Não tenho qualquer simpatia pelo Hamas ou por qualquer tipo de radicalismo. Não tenho dúvidas que o Hamas não está de boa fé, aceitará tréguas quando isso lhe for conveniente, o seu objectivo é a eliminação de Israel.
Este radicalismo do Hamas vive da desgraça e apoia-se no que o povo acredita, a sua religião. São as suas fontes de poder. A sua interpretação radical do Corão (nada consensual dentro dos seguidores da fé Islâmica) tem terreno fértil na desgraça em que as pessoas vivem e é facilmente transformada em ódio.
Para complicar as coisas ainda mais esta "fórmula" é usada um pouco por todos os países Árabes. Por isso tudo o que se está a passar na Faixa de Gaza tem consequências na generalidade do Mundo Árabe.
Tudo isto para concluir que o que Israel está a fazer é muito pouco inteligente a longo prazo (para não falar que no plano moral o que está a ser feito por Israel é condenável). No curto prazo, pela diferença de forças no terreno, não tenho dúvidas que Israel conseguirá acabar com os ataques de "rockets". Provavelmente acabar com o Hamas na Faixa de Gaza. Mas isso resolve o seu problema?
O seu problema é o ódio que os radicais conseguiram alimentar no Mundo Árabe. É certo que este ódio tem raizes ancestrais mas foi muito alimentado nos últimos 40 anos.
O objectivo de Israel devia ser acabar com este ódio. Não se acaba com o ódio com uma guerra. Acaba-se conversando, acaba-se conseguindo juntar aliados no lado árabe. Não foi isso que aconteceu a seguir á Guerra dos 6 dias? Não foi isso que aconteceu com Rabin e Arafat? Não foi isso que aconteceu na Irlanda do Norte?
Por fim acaba-se com o ódio construindo e tendo muita paciência. Isto demora muito tempo.
Esta guerra só alimenta os radicais. Visto do lado deles é fácil dizer "estão a ver como é Israel?" e obter ainda mais apoios.

1 comentário:

  1. ai João, se as coisas fossem assim tão fáceis.
    tudo isto é um plano maquiavélico de extremistas com objectivo de ganhar o poder em toda a Palestina.
    será que o Hamas não sabia do risco em que ia colocar o seu povo, as suas crianças, quando lançava rockets sobre Israel, numa atitude provocatória?
    sabia, claro que sabia.
    mas isso fazia parte do plano.
    as crianças que eles lançam para os autocarros carregadas de bombas, são as mesmas que agora servem para vender a imagem da brutalidade do exercito israelita, ao entrarem ensanguentadas nos hospitais de Gaza.
    ontem, em Telaviv, houve uma manifestação enorme contra a guerra e contra a acção do governo de Ehud Olmert.
    houve outras no resto do mundo livre.
    soube de alguma em Gaza contra a irresponsabilidade do Hamas?
    este conflito é muito provavelmente um dos mais complexos de toda a história da humanidade, mas por convicção, tenho uma tendência natural em apoiar o mundo livre.

    cumprimentos.

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