O que me espanta é essas divergências não serem consideradas suficientemente fortes para levarem à promoção de alternativas; e no entanto, pelos vistos, serem suficientemente fortes para levar a coordenar dissidências colectivas...
Será de mim, ou haverá algo de errado nesta fotografia?
Não discuto as razões, nem muito menos os agravos, que sintam estes dissidentes. Conheço alguns suficientemente bem para saber que são sérios. Mas não posso aceitar a conivência e a preparação que está por trás de qualquer decisão colectiva deste tipo. Por aí se perde a razão.
Dito isto, também não posso deixar de reconhecer que há um problema profundo no CDS. Vem de trás e de há muito tempo. É quase uma tradição desta casa as pessoas demitirem-se, ou dissidirem, quando não conseguem impor as suas visões pela força das ideias ou dos votos.
É sobretudo por isso, estou convicto, que o CDS tem tido dificuldade em assumir-se como o protagonista principal da direita. É por suspeitas destas que a democracia-cristã não tem conseguido ocupar o espaço que seria naturalmente o seu, em Portugal. É tempo de as coisas mudarem. Seguindo o exemplo de José Ribeiro e Castro, que soube ficar apesar de tudo. É esse o caminho a traçar para o futuro.
É este, também, o principal desafio do actual CDS. Porque vale a pena lutar pelos nossos ideais, que são, felizmente, muito maiores do que quaisquer personalidades do partido, presentes ou passadas. Porque Portugal precisa, hoje como nunca, da democracia-cristã.
É possível um CDS melhor. Basta querer.
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