Talvez por isso, ou talvez não, um belo dia não pagou o bilhete do autocarro. A nossa exemplar justiça pronunciou-se: ou paga 50 euros de multa ou "vai dentro" por UM MÊS. Como a freira afirma não ter dinheiro, foi dentro. E por lá está, há mais de uma semana.
Ficamos todos mais descansados quando nos confirmam, desta maneira, que a Justiça funciona. Dir-se-ia que todos os criminosos são pronta e eficazmente punidos, com penas exemplares à escala deste exemplo, que a Justiça é rápida e cega - como devia ser, ou seja que se aplica igualmente a grandes e pequenos - que vivemos numa sociedade tão perfeita que a mais pequena transgressão é punida pesadamente.
Santa Paciência!!!!!
Quem como nós sabe que as pontes caiem e não há culpados; que ex-presidentes de câmaras pagam divórcios com centenas de milhares de euros e nada se passa, que ex-presidentes de clubes de futebol os deixam nas ruas da amargura e nada acontece, que se adivinham sentenças pesadíssimas para os prevaricadores pedófilos, que não se branqueiam as indiscrições de políticos pedófilos ou outros, etc. etc. etc., certamente que também compreende porque é que esta sentença foi tão pesada: é para dar o exemplo. Obviamente.
Para que "eles" não fiquem a pensar que continuamos dispostos a "comer e calar", aqui ficam duas sugestões de reacção:
1) Enviar um email de protesto à Associação Sindical dos Juízes (para apelar ao melhor senso desta classe):
2) Enviar um email de protesto ao Ministro da Justiça (para que saiba que nos revoltam estas provas da existência de dois pesos e duas medidas): gmj@mj.gov.pt
Pode ser em branco, só para incomodar. Ou então a dizer que "vão gozar com outros". Ou qualquer outra coisa que indique que estamos fartos destas "gozações".
É possível um Portugal melhor. Basta querer (Também os juízes têm de querer. E podem).
Meu Deus, será que já «chegámos à Madeira?!»
ResponderEliminarNão, caro rouxinol, ainda não chegamos à Madeira. E no entanto, não deixa de ser lapidar este exemplo de dois pesos e duas medidas, de que Portugal não precisava de mais, que se não fosse a sério, parecia piada de época diferente.
ResponderEliminarPorém, é verdade. E a independência dos Juízes não deveria servir de meio para alcançar fins ridículos como este. Ainda que a freira não tenha querido, ou podido, pagar, sempre deveria haver uma qualquer pena suspensa provavelmente adequada ao caso concreto.
Não sendo eu o juíz do caso, também não posso ter opinião definitiva. Mas lá que parece mal, parece. E o que parece, muitas vezes é. Neste caso, a mim, parece-me que é. Ridículo.