O sr. Greenspan está enganado.
Enganado, porque todos sabemos que é errado matar e no entanto, de vez em quando, alguns matam. Por isso mesmo é que as sociedades se organizaram e inventaram as polícias e os tribunais, para assim poder perseguir, apanhar e punir os assassinos.
Por conseguinte, não foram os mercados que erraram quando provocaram a actual crise. Esta até pode ter sido provocada pela ganância dos gestores, mas se alguém falhou, pelo menos até ver, foram os polícias que não conseguiram ver os criminosos a preparar-se para matar, depois não os viram a matar, e agora que as mortes já aconteceram vêm dizer que a culpa é dos mortos. Esquecem-se, convenientemente, do seu próprio papel em tudo isto. E aí é que esteve o principal erro.
Mas há mais. A maior parte do que está a acontecer foi provocado não pelo que se passava nos mercados, mas precisamente pelo que se passava fora dos mercados - por exemplo, no caso da banca de investimento americana, no chamado "fora de bolsa". É como se um polícia que anda a vigiar uma rua, assistisse a um assassínio atrás de uma árvore e não perseguisse o criminoso, com a desculpa de que o crime se tinha passado atrás da dita árvore e não na rua. Acontece, como por acaso, que é a própria polícia que define o que é que se considera rua e igualmente o que é que se considera atrás da árvore.
É demasiado fácil sacudir a água do capote e vir dizer que afinal a culpa é de uma falha essencial no capitalismo, ou dos mercados. Até ver, são como a democracia: ainda ninguém inventou melhor. Mas também, tal como a democracia, também nunca ninguém disse que não tem de ser protegidos, inclusive dos seus próprios actores. Como agora se vê.
Certo é que se se pretender aprender alguma coisa com a actual crise, e com a económica que vem atrás dela, não se pode ir por aí. Há que encontrar os "criminosos" e puni-los. Mesmo que tenham estado na própria polícia. E é por aí que andava, ou andou, o sr Greenspan.
Isto é o «terrorismo financeiro» na plena acepção do termo, tem razão, caro ventanias!
ResponderEliminarÉ preciso mão de ferro nos mercados! Já chegam as orgias!...