Nada mais falso.
É óbvio que esta crise demonstrou mais um dos limites do capitalismo, muito em particular do capitalismo desregulamentado como era o da banca de investimento. Mas, em primeiro lugar, todas as intervenções a que se tem assistido na América tem por objectivo principal salvar o "liberalismo", em especial o capitalista - isto é, no caso concreto, os mercados.
Segundo, muito embora muita gente tenha percebido que é necessária mais regulamentação, ainda muito pouca gente propôs quaisquer soluções regulamentares ou outras.
Terceiro, o fim das ilusões que dominaram nestes últimos anos, mesmo e sobretudo do ponto de vista do capitalismo financeiro, representam também o fim de formas de criação de riqueza que nos vão fazer muita falta. Parecia fácil distribuir e controlar o risco, parecia possível criar fortunas e distribuir crédito, parecia que se tinham encontrado formas de fazer chegar o crédito a quem não lhe tinha acesso. O fim desses mitos será inevitavelmente doloroso, como está a ser, mas também não trará nada de bom a ninguém - a não ser aos que possam sentir consolo com o fim de salários milionários de outros.
E mesmo o facto de se aprenderem estas, e outras, lições, também não é garante de que se encontrará o sistema regulatório perfeito. Se a história demonstra alguma coisa, é exactamente o contrário...
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