quarta-feira, agosto 20, 2008

(I) JOGOS OLIMPICOS: A Expectativa ou a Realidade?

Provavelmente, e ao contrário de muita gente, eu acho que os atletas portugueses são uns verdadeiros heróis, apesar dos resultados estarem longe da “expectativa” que foi criada, e digo isto porque a expectativa estava longe da realidade!

Ouve casos como, por exemplo, na vela, onde o Gustavo Lima ficou a apenas 1 ponto da medalha (apesar de em termos de resultados absolutos ter melhores que o 3º classificado!), ou o caso do Álvaro Marinho que lutou até ao último dia pela medalha, e que efectivamente eram potenciais candidatos a medalhas. Mas, na Vela, as condições climatéricas contam muito e os ventos muito fracos prejudicam os melhores e os mais bem preparados velejadores. Ainda assim, resta-nos na classe STAR, Afonso Domingos, que está na luta pelas medalhas…

Mas havia tantos outros em que a realidade e as expectativas criadas eram falsas.

No atletismo, longe vão os tempos do Prof. Moniz Pereira. Francis Obikwelu, tal como ficou provado, tinha uma diferença de andamento grande em relação aos 3 primeiro, para não compararmos com o novo campeão olímpico. Como é possível algum dirigente por a hipóteses de ele vencer Usain Bolt? A Naíde Gomes, que demonstrou uma clara falta de auto-confiança – aqueles passinhos no seu último salto são a prova! -, eventualmente porque as expectativas seriam claramente superiores ao desenrolar da competição.

No Judo, Telma Monteiro perdeu contra a actual campeã olímpica e contra a actual campeã europeia. A sua qualidade como atleta não está em questão, o que é relevante é não esquecer que ela não era uma vencedora da competição tão potencial.

Na natação, em que os resultados ficaram também “longe do esperado”, e que mantendo-se o actual semi-amadorismo serão cada vez piores. Nestas Olimpíadas ficou provado que a Natação, para além de um desporto, começa a ser uma ciência, onde as leis e o estudo da Física são cada vez mais importantes. Como poderemos ser competitivos contra países onde os atletas são profissionais, em a sua aptidão física para a modalidade os favorece, em que as federações investem dinheiro em estudos para poderem melhorar um centésimo de segundo?

No ciclismo, e pelo que nos é dado a conhecer pelos OCS, uma “asma” fulminante acabou por não levar até Beijing mais um candidato…

Será que o facto dos principais “candidatos” portugueses à vitória desistirem da alta competição depois de terem “falhado” os seus objectivos não é um sinal do desfasamento entre a realidade e a oportunidade? Se o potencial fosse tão grande, pelo menos em alguns dos casos, psicologicamente isto seria ultrapassado como fosse um momento menos bom e não um baixar dos braços…

1 comentário:

  1. Caro

    Gostei dos seus coemntários sobre este tema. Sou presidente dum clube que levou um atleta da natação aos jogos olimpicos. Embora não concorde em absoluto com "Na natação, em que os resultados ficaram também “longe do esperado”, pois de facto no memento não podemos aspirar a mais do que batermos uns recordes nacionais. Conheço bem a natação´. Fui atleta, fui treinador e sou dirigente. A FPN deu as condições para treinarmos. Cometemos erros, naturalmente, mas sinto que pudemos ser iguais aos outros. Temos um handicap. SOMOS POUCOS, mesmo MUITO POUCOS.
    Depois temos outro grande problema e esse sim inibidor de melhores resultados. Não se compatibiliza o estudo com o desporto. Da equipa olimpica de Portugal 3 atletas vão para os EUA para estudar e nadar com Bolsas.
    Quanto à investigação concordo consigo. Eu próprio fui "inventor" dum sistema de treino para a natação. Vendemos só às Universidades estrangeiras e a uma em Portugal (por acaso no Poryto).
    Apoios ZERO.
    Temos o que podemos fazer
    Temos talvez o que sabemos colectivamente fazer
    Temos o futebol que merecemos - sabe por acaso que foi a selecção que não nos deixou ter as 18 modalidades do objectivo do Cmd Vicente de Moura. Falharam nos Penalties.

    ResponderEliminar