quarta-feira, julho 02, 2008
Incobráveis
Li, e achei inconcebível. Ia escrever qualquer coisa sobre o assunto mas, por qualquer razão, deixei passar. Ontem chegaram à minha caixa de correio dois emails a falar da mesma coisa, e foi a custo que me acreditei que a ideia se mantinha de pé. Estou-me a referir à fabulosa lembrança da ERSE de integrar nas contas dos clientes cumpridores da EDP os valores incobráveis aos outros clientes. Compreendo as dificuldades por que passam as empresas em tempos de crise para cobrar os seus créditos, compreendo que têm que reagir de alguma forma, compreendo – todos sabemos – que mesmo que o não digam desassombradamente fazem repercutir grande parte destes custos nos preços dos produtos e serviços que prestam, mas que querem? Acho que tanta franqueza é demais. E se a moda pega? Ainda estou para ver um aviso à porta da merceearia a dizer: avisam-se os senhores clientes que a partir do dia tal o valor das contas em dívida neste estabelecimento passará a ser distribuído item por item pela conta dos clientes com as contas em dia. Eu sempre achei que ser responsável por vezes era uma grande desvantagem, mas nos dias que correm está-se a transformar numa atitude suicida perante a vida.
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Se tal toleira for adiante, há-de haver meios jurídicos de a contestar, ou não?
ResponderEliminarA questão está neste momento a ser objecto de consulta pública, o que quer dizer que, ou os portugueses protestam pelos meios que têm ao seu dispôr junto da ERSE, ou a revisão dos regulamentos em curso pode acabar mesmo por ser feita nesse sentido. Dizem que são só mais uns cêntimos por mês na factura de cada consumidor, mas isso que interessa?! O princípio de que se parte é inconcebível!
ResponderEliminarMas o inconcebível é que vai fazendo lei.
ResponderEliminarSe repararem a preocupação da Drª MFL é de que a primeira factura do TGV caia em 2014, quando o PS pode perder para o PSd em 2013...
Porque quando o PSD em 2003 discutia o TGV e nessa discussão MFL confessou ter participado, fê-lo apenas para discutir os percursos, pela sua experiência em vir todos os dias no comboio para Santa Apolónia...
Tinha todo o cabimento que participasse não como ministra, ainda que das Finanças, mas sim como utente da CP...
A enviar para consultapublica@erse.pt
ResponderEliminar" Exmos. Senhores:
Pelo presente e na qualidade de cidadão e de cliente da EDP, num Estado que se pretende de Direito, venho manifestar e comunicar a V. Exas. a minha discordância, oposição e mesmo indignação relativamente à "proposta" – que considero absolutamente ilegal e inconstitucional – de colocar os cidadãos cumpridores e regulares pagadores a terem que suportar também o valor das dívidas para com a EDP por parte dos incumpridores.
Com os melhores cumprimentos,
xxxx"
Boa iniciativa, Douro.
ResponderEliminarPela minha parte, já enviei.
Cumprimentos