LIÇÃO

Lúís Filipe Menezes pode ter muitos defeitos e más companhias mas o que ninguém pode negar é que ele deu aos críticos crónicos uma lição de táctica. Ao ver anunciada, quanto a mim ingénua e precocemente, a estratégia de José Pedro Aguiar Branco, resolveu numa penada a questão. Em vez de estar meses a ser queimado em lume brando, colaborando na promoção do candidato adversário, convoca eleições para daqui a três ou quatro semanas e nem sequer revela, para já, se vai concorrer. Com este cenário, acho que não me enganarei muito se disser que não vão aparecer mais nenhuns candidatos contra Menezes e que Aguiar Branco vai perder por larga margem. A não ser que Aguiar Branco recue, no que não acredito pois eliminará definitivamente a possibilidade de um dia vir a ser líder do PSD.
É claro que Menezes com esta manobra só resolverá o problema por um par de meses e vai continuar, por culpa própria e alheia, o seu calvário, afogando-se juntamente com o PSD.
De toda a maneira, é bom não esquecer que as eleições num partido político responsável não podem ser geridas como se de uma associação de estudantes se tratasse e que devem ser promovidas e organizadas de modo exemplar. De outra forma, não são credíveis nem são verdadeiramente eleições.
Não tendo simpatia pelo PSD, nem pouco mais ou menos, acho lamentável que o país não tenha um grande partido à direita do PS apto a liderar a oposição e capaz de ser alternativa, mas a culpa está longe de ser só de Menezes.