CDS - Eleições distritais e não só

Devido a problemas técnicos do meu computador estive ausente do Nortadas e como tal impossibilitado de escrever sobre as eleições distritais do CDS que ocorreram no Porto.

A vitória de Alváro Castelo Branco foi inquestionável. Os números isso reflectem.

Mas diga-se que a Lista B não contava ganhar. Sabia da impossibilidade técnica de vencer o aparelho partidário. A máquina está bem oleada e além disso é notório o controle das "minuências" que podem dificultar a vida dos "estrangeiros".

Falei disso aqui quando anunciei a constituição da lista liderada por Vitor Faria e referi a falta de tempo em virtude da surpresa da data. A antecipação das eleições não foi inocente. Como não foi inocente o local da convocatória em Gaia. Como outros pequenos pormenores não foram inocentes e ajudam a fazer a diferença. Coisas dos partidos dirão os mais puros.

Mas se estes pequenos pormenores serão sempre usados por quem detem o poder (veja-se o que está a passar em Lisboa com a antecipação das eleições sem razão aparente a não ser calculismo de cacique de votos), existem alterações fundamentais e para as quais sempre faltou e faltará coragem.

Porque votam os Jotas nas eleições dos "seniores"? Eles desiquilibram as eleições pelos melhores e piores motivos (por serem quem mais motivado está para as tricas partidárias e quem mais tempo tem para gastar).

Porque podem acumular lugares que são verdadeiros atropelos entre si? Veja-se o caso do secretário-geral adjunto que é presidente da mesa da assembleia distrital e ainda presidente de uma concelhia! Confuso? Não é apenas o CDS e o CDS/Porto.

Porque para uns existem obrigações e leis e para outros facilidades?

É este espirito que afasta as pessoas. É este espirito que combato. Mas infelizmente desde que assisti ao assalto ao poder como o que foi protagonizado por Paulo Portas e por aqueles que hoje decidem os destinos do partido nada me espanta.

E se eu ainda vou acreditando que as coisas podem mudar, muitos são os que lentamente se vão afastando do partido. Deste partido. A nossa sorte é que o PSD não está igualmente atractivo.

Claro que as mudanças só podem acontecer por dentro. Participando e ganhando eleições. Só que para isso ser possível não é importante ter ideias, mas sim dominar o telefone e a "secretaria". Saber quem vota e não apresentar uma ideia, como de resto aconteceu nesta última eleição pois não conheci nenhuma manifesto da lista vencedora.

Não sei como acabará este "filme", mas não desistirei tão facilmente. Disso podem ter a certeza.