sexta-feira, novembro 16, 2007

O desafio da Paula e a pág. 161

Entre outras coisas mais entediantes, e estimulantes, que ando a ler no contexto do meu mestrado, tenho na mesinha de cabeceira o legado de Alan Greenspan, "A era da turbulência", que é um livro que merece ser lido, não só porque é fácil de ler falando de coisas difíceis como porque este homem desempenhou um papel fundamental na condução das políticas económicas do final do século XX e provavelmente conformou muito do que se fará nesta área neste início do séc. XXI. Como por acaso, a frase da linha 5 da pág 161 é lapidar:

"
No entanto, a sentença acerca do planeamento central foi proferida. E é inequivocamente negativa."

Não é preciso explicar, mas vale a pena contextualizar. Greenspan não está somente a confirmar a sentença sobre o planeamento central comunista, está igualmente a destruir as convicções arrogantemente iluminadas dos keynesianos ocidentais do terceiro quartel do séc. XX.

A economia, felizmente, é muito mais complexa, sofisticada e criativa do que poderiam conceber os maiores cérebros da humanidade todos juntos. É intrínsecamente democrática, na medida em que todos e cada um podem dar o seu contributo e qualquer contributo pode ser decisivo, raramente se podendo antecipar qual vai ser o próximo contributo decisivo.

Certo é apenas que, em economia mais do que em qualquer outra área, parar é morrer. Essencialmente é essa a função do Estado - que convém nunca esquecer, é apenas uma criação artificial da sociedade organizada, precisamente com esse objectivo: assegurar as condições para que se possa não parar.

E por aqui me fico, pese embora esta reflexão me pudesse levar comentar criticamente muito do que se está a passar em Portugal. Limito-me a deixar o meu mote, para quem quiser continuar a acreditar.

É possível um Portugal melhor. Basta querer.

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