sábado, outubro 13, 2007

Orçamento 2008 - Uma opção Socialista

O país andou os últimos anos a resolver um problema orçamental, o que significa simplesmente que o Estado gasta mais do que o que recebe. Nos últimos anos este problema foi resolvido exclusivamente fazendo com que o Estado receba mais. Como? Aumentando os impostos todos e cobrando dívidas antigas.
Nos últimos 3 anos o Estado arrecadou aumentos de receita anuais superiores aos 8% contra uma inlfação de 2% e um crescimento da economia de 1%. Significa isto que o que o Estado arrecadou saíu das poupanças, ou da capacidade de poupar, das empresas (nesta caso pupança significa investimento) e das famílias.
Do lado dos gastos pouco foi feito. Nestes 3 anos o Estado continuou a crescer os gastos consigo (sem contar com os investimentos) à taxa de 5%. Para o conseguir, mesmo com este resulado sofrível, o Estado teve de congelar salários, reduzir regalias e pensões.
Foi uma opção, o Estado preferiu pedir aos Portugueses sacrifícios em vez de alterar a estrutura da sua despesa. Compreende-se que fazer de outra forma, isto é, alterando a estrutura da despesa do estado resultaria em despedimentos, fecho de organismos, cortes na organização do estado que teriam resultado em agitação social. Este Governo preferiu assim não fazer. Embora eu não concorde compreendo a opção.
O que o Estado está a fazer para 2008 é a continuação deste erro. Em 2008 o Estado vai ter uma folga. Esta folga poderia ser aproveitada para promover crescimento económico (reduzindo a carga fiscal) que permitiria reduzir o impacto de uma reestruturação dos custos do Estado. Sim, poderia começar-se a tratar dos custos do estado reduzindo-os. O crescimento económico seria uma almofada que compensaria esse choque social.
Assim não vai acontecer. O Estado vai aproveitar essa pequena folga para manter a receita e o esforço pedido às empresas e às familias e vai investir. Na despesa consigo mesmo o Estado não mexe. Tudo fica na mesma. O investimento público é preferido ao privado (que gera riqueza).
Em resumo nada mudou. Estaremos dependentes do exterior para que a nossa economia cresça. Quando voltar a haver recessão voltamos a ter o mesmo problema orçamental. Nessa altura talvez se ataquem as despesas porque receitas já não deve haver.

2 comentários:

  1. O essencial é que importa, há que subalternizar o acessório. Ora, Portugal na iminência de receber o Prémio Nobel, e o "nortadas", aqui, sem fazer referência a esse facto de tão grande fulgor e vibração patriótica.

    Há que ir ao cerne da coisa.

    Está lá tudo no meu blogue.

    Respeitosos cumprimentos deste rouxinol que vos brinda com o cântico quotidiano...

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  2. Meu caro rouxinol de bernardim,

    aqui há tempos, mal informado por um bom amigo bem intencionado, confundi-o com velho amigo. Peço desculpa.

    Nada impede, porém, que continuemos a comentar-mo-nos mutuamente. Pelo contrário, sou até um apreciador da sua verve blogueira.

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