domingo, setembro 30, 2007

Quo vadis III

Falemos claro. Mendes não era uma solução satisfatória para um partido ávido de poder, de cargos. Mendes não garantia vitórias mas, somente, derrotas sustentadas. No máximo, sucessos de Pirro. Inconsequentes, infrutíferos, estéreis na retribuição de favores.
Menezes, na dúvida, na novidade, na diferença, na arrogância, na lata, na ânsia, no fervor militante, convenceu uma parte importante dos que foram votar.
No seu discurso de vitória Menezes falou para dentro e sossegou os seus credores. Elogiou os seus compagnons de route, ministrou promessas de viscondados e baronatos.
Para fora, tranquilizou os espíritos mais reticentes. E brindou-nos com pérolas de alta política, do tipo, e cito “sou a favor da economia de mercado” !!! Mesmo assim, as mentes agnósticas ao proselitismo menezista, teimam em inquietar-se.
E não é para menos.
Em Menezes não se pressente um pensamento estratégico, uma ideia para o partido, um projecto para o país. Tudo é fátuo e volátil. Tudo se resolve como na Câmara de Gaia: endivida-se, ainda mais, o país, aumenta-se o défice, e reconcilia-se o povo com o partido (PSD). Que há mais vida para além do orçamento. Sobretudo se fizer uma marginal de Faro a Viana do Castelo, onde, aos Sábados, Domingos e Feriados de manhã, os portugueses poderão fazer jogging e endurance e ficarão mais saudáveis, farão poupar ao erário público o preço de muitas consultas nos centros de saúde e camas no hospital. É preciso é ter uma visão integrada dos custos e dos benefícios….
Depois, em vez do fogo-de-artifício para fazer ver o de Rui Rio, e da corrida Red Bull, teremos uma proposta para a candidatura aos Jogos Olímpicos, porque já vai sendo tempo de uma candidaturazinha galáctica para animar a malta. Isto para não falar de um possível mega projecto do Norman Foster, do Libeskind ou do Calatrava, criando uma cidade da ciência e da tecnologia, tipo Valência. Ainda por cima criando um giga cluster!!! Um visionário.
É só encher o olho ao indígena. Temos homem…! Isto é que é oposição. Ah! e, já agora, criam-se uns dias especiais, tipo a cinoproposta do dia do cão. Só que mais sofisticadas. Também não faltarão uns jantarezinhos com o mundo do Teatro e da Revista. Coisas low profile, evitando atenções mediáticas.
Tudo sob um fundo pseudo-futurista, ao som da banda sonora da Guerra das Estrelas.
Que a Força está com ele.
Enlevado, o partido militante, salivará ao rebate da campainha eleitoral. E, estremunhado, acordará…



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