domingo, julho 22, 2007

Maravilhas II

O Mexia desafiou-nos a dizer quais são os 10 sabores que mais apreciamos. Vou tentar.

Mas antes tenho de explicar que, para mim, os sabores dependem muito da bebida. Acontece-me até com frequência escolher primeiro o vinho. Em função do vinho escolho depois o prato.
Esta advertência é para explicar as minhas escolhas, que são conjuntas.
Aqui vai

1. Rosé da Quinta da Pelada, Dão, Álvaro de Castro. Com este vinho apetecem-me uns camarões tigre em manteiga e alho, com arroz branco. São muitos bons os da Marisqueira de Matosinhos, ou os do Terra (no Porto).

2. Branco da Quinta de Porrais, Douro, do Francisco Olazabal. Com este vinho fresco apetece-me um robalo grelhado, escalado (como fazem no Algarve). Ou um rodovalho à posta, também grelhado, como fazem, no Peixes & Cª (no Porto). Ou então, umas amêijoas à Bulhão Pato.
Ainda nos brancos lembro-me com frequência de um Verdelho, do Esporão, a acompanhar um suflé de espinafres e camarões, na Tasquinha do Oliveira, em Évora. Até me tremem os dedos de emoção ao recordar esses momentos.

3. Nos tintos, tem-me apetecido mais beber os do Dão. O Álvaro de Castro (esse excelente enólogo, pouco convencional e até algo experimentalista) tem vinhos excelentes! O melhor é, claro, o Carrocel (assim mesmo, com “c”). Mas dos mais em conta há o Pape (Quinta da Paradela e Quinta de Pelada), que já vai sendo raro encontrar. Ou então o recente Reserva de 2005. Também do Dão, o Quinta dos Carvalhais (da Sogrape), da casta Alfrocheiro. Outro muito bom é o Munda (2004), feito também pelo Francisco Olazabal.
Quando me apetece um vinho do Douro, opto por um Vallado, ou um Quinta do Castro (os Reserva de 2003 eram um petisco!). Quando estou mais à larga, um Vale Meão ou um Maria Teresa.

Pois bem, com um destes vinhos apetece-me uma lampreia à bordalesa. As melhores são, para mim, as do João Tavares de Pina e as do Carvalheira (Ponte de Lima). Há também uma pensão em Viana do Castelo (não me recordo agora o nome) que as prepara muito bem.
Um bom bacalhau na brasa, daqueles de cura amarela, também não vai nada mal. Há muitos sítios onde se serve um bom bacalhau. Só no Natal é que o como cozido…
Não posso deixar passar a referência ao excepcional caril de camarão que a minha Mãe (essa Santa!) prepara. Acompanha muito bem qualquer dos tintos referidos.
Uns enchidos de porco preto ou um queijo, da Serra ou de Azeitão, vão muito bem quando apetece um tinto a meio da tarde.

4. Quando me apetece um vinho do Porto, opto por um tawny, 10 ou 20 anos. Os melhores, para mim, são os do Noval ou do Valado. Aí o melhor é ter à mão um pudim Abade de Priscos (mas tem de ser de confiança…), ou um Serra (para “picar” a meio da tarde deve ser dos salgados; eu esses escolho-os no Augusto Leite. Os mais “honestos” compro-os na Minhotinha, aqui no Porto).

5. Resta a cerveja. Prefiro de caras a cerveja loira, de pressão, e Super Bock. Deve ser servida em copos pequenos, para não perder força. Aí o melhor é ter à mão uns camarões da costa, ou uns mexilhões. Cozidos, ao natural.

Tenho que confessar, para quem não me conhece, que o meu peso anda pelos 3 dígitos. E com alguma frequência nenhum desses 3 dígitos é zero.

2 comentários:

  1. Meu Grande João,
    Isto sim é gastronomia, grandes e boas escolhas.
    A pensão em Viana onde costumamos ir à lampreia é a "Laranjeira".
    Abraços

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  2. E com um verde tinto de Ponte de Lima, um arroz de sarrabulho da Casa Borges, na Correlhã...
    Abraço

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