Depois de umas merecidas férias, nada como um banho da medíocre realidade do nosso País antes de chegar a casa.
Viajei ontem à noite nas nossas indescritíveis auto-estradas. Do Algarve ao Porto apanhei 4 (quatro) interrupções da via, obras e mais obras, e no fim paguei um serviço sem qualidade e segurança. As obras têm que ser feitas, é certo, mas é um enigma como as concessionarias das nossas principais vias terrestres agem com total impunidade e desrespeito pelos utentes.
Falando de coisas mais agradáveis, venho desta feita falar-vos de robalos, sim de robalos.
O Dicentrarchus labrax, que é como se chama este delicioso peixe deverá ter características deveras interessantes do ponto de vista da vida marítima, mas não é disso que eu quero tratar.
Venho falar-vos do robalo, e do seu melhor amigo, o carvão.
O carvão, o sal, e o bom tempo, fazem do robalo uma companhia insubstituível.
Pois bem, esta semana conheci três robalos muito simpáticos, como sou um cara porreiro, convidei-os para jantar, dei-lhes banhinho e besuntei-os com sal, não fossem eles apanhar um escaldão.
Enquanto os meus convidados (os robalos) esperavam calmos e fresquinhos da vida pelo jantar, eu ia aquecendo umas brasas não fosse a noite esfriar.
A minha cara-metade foi cozendo umas batatas, e arranjando uns tomates e umas cebolas cortadas às rodelas daquelas que só o Algarve tem.
A noite vai avançando, as crianças vão dormindo, o vinho vai rolando… e para meu espanto, e dos demais comensais, os nossos convidados de honra (os robalos), não sei se porque estavam com frio, ou por algum instinto suicidário, saltam para cima da grelha.
É com muita pena minha que vos comunico que não fui a tempo de os salvar, pois nesse momento estava a fazer uma operação delicadíssima a um queijo duro do Alentejo, que insistia em não querer ser cortado.
Qual funeral Viking ficámos a vê-los tostar, estalar, a ficarem dourados, os olhinhos mortiços a pedir um fim rápido.
Foi o que fizemos, demos-lhes um fim rápido, rapidamente para o prato, rapidamente cobertos de azeite, rapidamente acompanhados com as batatas, tomates e cebolas que se juntaram a nós nesta dor.
Enfim, uma noite que não vou esquecer tão cedo…
oh Zé
ResponderEliminarFiquei cheio de fome.
Isti não se faz.
um abraço
Toa
A historinha acabou em beleza. Só faltou dramatizá-la no início, à boa maneira dos anos sessenta, dizer que foi "roubá-los" para melhor lhe saber esses robalos.
ResponderEliminarSaudações, antonio
Uauuuuu! O José Mexia conseguiu passar de Gaia para baixo... Os meus parabéns! Foi dar de ganhar aos Algarvios (quiça Mouros) em vez de dar de ganhar aos Portuenses (quiça Nortenhos) - Podia ir de férias para a Praia da Foz!!! Muito estranho... Isto trás água no bico!
ResponderEliminarQuanto ao facto de ter de pagar a totalidade da Auto-Estrada estando esta em obras tenho a certeza que a culpa é de Lisboa!