sexta-feira, maio 04, 2007

CHEGA PARA LÁ

Marques Mendes não tem sorte nenhuma. Até quando parece que está a praticar uma boa acção, aplicando a sua própria doutrina ao caso da Câmara Municipal de Lisboa, tudo sai confuso, embrulhado e equívoco, denotando uma séria falta de autoridade e de liderança.
Não se compreende, por exemplo, que os vereadores do PSD só hoje tenham renunciado ao mandato, quando a declaração política de Marques Mendes teve lugar na 4ª feira.
Não se compreende, também, o que pretendia Carmona Rodrigues ao proclamar, em acto público e solene, que não saía. Não saiu a bem, vai sair a mal, não ganhando nada com isso, bem antes pelo contrário. Não acredito que tenha sido apenas uma bravata marialva, pelo que porventura terá sido iludido por alguém.
Tanto mais que, segundo Marques Mendes, Carmona Rodrigues estaria de acordo com a via traçada pelo líder do PSD, tendo posteriormente dado o dito por não dito. Carmona enganou Marques Mendes ou este percebeu mal a posição do ainda Presidente? Talvez seja melhor nem apurar o que se passou porque em qualquer caso é grave.
Esta agitação toda na capital só tem vantagens para duas pessoas: Sócrates e João Soares. Sócrates vê o seu problema pessoal passar para segundo plano, embora Mário Lino o tenha lembrado hoje, fazendo rir a audiência, ao invocar a sua inscrição na Ordem dos Engenheiros. Soares tem pela enésima vez a oportunidade de dizer que está disponível para ser candidato, o que toda a gente sabe há anos mas ninguém leva a sério.
Resumindo, Marques Mendes sai enfraquecido desta trapalhada, aplainando o caminho para um "chega para lá", como agora se diz, que o apeará sem grande glória.

2 comentários:

  1. Não me parece que saia enfraquecido. Ninguém disse que seria fácil e Mendes mostrou uma coragem rara. Quanto ao Carmona, acredito que esta ultima bravata tenha apenas um peso simbólico, isto é, retirando-se voluntariamente neste momento poderia ser interpretado como um reconhecimento de culpa.

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  2. Marques Mendes cometeu o "pecado" da coerència. Se não aceitou Valentim nem Isaltino, porquê aceitar agora Carmona, sabendo-se que iria ser queimado em lume brando ao longo do mandato?

    MM fez o que se impunha. Carmona agiu também com dignidade ao dizer que não renunciava. Será que quer concorrer como independente?

    Uma coisa é certa: a câmara de Lisboa é um troféu apetecível.

    Se houver aliança PS-CDU (o que duvido) as hipóteses de o PSD continuar ao leme do barco serão nulas...

    José Sá Fernandes, se tivesse outro partido a apoiá-lo, seria, de longe, o previsível vencedor. Assim, continuará a aguardar melhores dias...

    O CDS, com a nova "Prima Vera" em estado de graça, será que tem hipóteses, isoladamente?

    Que tal uma "clonagem" de Kruz Abecassis?

    Eu já fui sondado, mas, prisioneiro da Reserva Ornitológica de Mindelo ( e limítrofes) não posso aspirar a nada... Limito-me a "seguir o cherne"!

    Àqueles que mordem os calcanhares de Carmona (que respeito, malgré tout...) direi apenas:

    Leonem mortuum etiam catull morsicant...

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