quarta-feira, abril 11, 2007

Eu acredito ... no PM

Acabei de ouvir o Sr. Primeiro-ministro. Eu acreditei.

Jornalismo de qualidade não é apontar incongruências de um processo, que parecem mal, só porque parecem mal. Não compete aos jornalistas levantar lebres para ver se o caçador as mata. Se têm indícios de mau comportamento do aluno José Sócrates, que os apontem. Se não, que se calem - ou então que façam melhor o respectivo trabalho.

Agora, que este embróglio deixou marcas, não tenho dúvidas, como aliás já assinalara a nossa Paula Faria. E essas marcas, quem é que as apaga?

Finalmente queria ainda afirmar que compreendi e concordo com a razão dada pelo Primeiro-ministro para só falar agora: esperar que as decisões que havia a tomar sobre a UNI fossem tomadas. Parece-me uma boa razão. Se não foi a verdadeira, pelo menos foi bem escolhida.

12 comentários:

  1. Discordo disto que afirma: "Finalmente queria ainda afirmar que compreendi e concordo com a razão dada pelo Primeiro-ministro para só falar agora".

    O Processo UnI ainda não está encerrado. O Primeiro Ministro deveria, então, esperar pela última decisão (que será tomada 10 dias após a que foi anunciada na Segunda Feira).

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  2. Adicionalmente, será muito difícil explicar que o PM não tenha falado para o caso não ser confundido com a polémica da UnI, quando seu ministro passou mais de metade da COnferência de Imprensa da UnI a falar precisamente da Licenciatura do PM...

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  3. Curioso ter entendido as razões que levaram o PM a, apenas, falar agora. Que eu saiba, foram dados dez dias à UNI para apresentar razões para o seu não encerramento. Ou terei oercebido mal?? Se calhar é, apenas e só, mais um episódio de faz de conta, como os dois últimos anos de governação.

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  4. Quem acreditou naquela encenação deve realmente ser muito crédulo...

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  5. Relacionar uma investigação recente com o que se passou há 11 anos numa Universidade (que só naquela cabeça pode ter sido considerada exemplar) é demagogia pura. Alguém acredita que, tendo os registos académico e biográfico imaculados, o Primeiro-Ministro não teria defendido de imediato a sua honra?

    Joaquim Gagliardini Graça

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  6. Caro Pedro Morgado e demais anónimos que escrevem no mesmo sentido:

    1. A mim parece-me uma boa razão o Chefe do Governo não falar enquanto está a correr um processo que implica uma decisão de um membro do Governo.
    2. Não sei se foi a verdadeira razão, mas até prova do contrário, também não sei se não o foi...
    3. Quanto à UNI, tanto quanto percebi, a decisão do Governo está tomada; a sua eficácia é que estará dependente de uma eventual reclamação ou recurso ou lá o que é a reacção da UnI. Ou seja, esperar pelos 10 dias não altera o facto de a decisão já ter sido tomada - e espero que também não altere a decisão, mesmo se a puder tornar ineficaz.
    4. Dito isto, acho que o principal prejudicado por não ter querido falar antes, por ter decidido esperar até ao final do processo, foi o próprio Primeiro-ministro. Pareceu mal, porque deixou que se interpretasse o silêncio como um indício de irregularidades. Foi mal, porque permitiu que uma notícia pouco fundamentada assumisse foros de principal notícia da actualidade.

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  7. Demais anónimos?

    Joaquim Gagliardini Graça

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  8. Esta lamúria de sócrates, só convenceu quem queria ser convencido, todos os outros permanecem na dúvida. Pois, ninguém vai acabar a licenciatura na UNI pelo prestígio desta, prestígio!!!! Ninguém se transfere sem apresentar um certificado de habilitações, quanto mais um ano inteiro; o homem faz 5 cadeiras e logo 4 são dadas por um camarilha de partido; a outra cadeira, Inglês técnico, em vez de ser dada pelo respectivo professor é dada pelo reitor !!! Na lisura deste processo, Só acredita quem quer mesmo.

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  9. As minhas desculpas ao Joaquim Gagliardini Graça, aliás bekx.

    Mas mantenho o que disse.

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  10. Ao último anónimo.

    Eu nunca afirmei que o processo tivesse sido "liso". Aliás, creio mesmo que o aluno José Sócrates terá escolhido a via mais fácil para terminar o curso, sem ter de fazer grande esforço. O que, diga-se, me parece natural.

    Também me parece que o cidadão José Sócrates preferiu ser "engenheiro" ainda que de uma instituição sem prestígio, do que ser apenas bacharel.

    Mas também não vejo que mal vem ao mundo por causa disso.

    Para mim o ponto é outro: fiquei convencido que o aluno Sócrates apenas fez o que lhe competia: inscreveu-se, fez os exames e recebeu as notas.

    Eventualmente muito agradecido com a generosidade do professor... mas isso não é problema dele, pois não!?

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  11. Não é problema dele? Pois não, É NOSSO.
    Estou pasmo. Este é o "nosso" VEntanias, cujos ventos são sempre pautados pela sensatez e ponderação?
    Então o homem vai por ESCOLHA dele para à Universidade que quer, para receber a cosmética daquilo que diz ser e não é, e não tem culpa? Brincamos?
    Os factos falam por Si. Estamos perante a única universidade (mesmo neste País) onde o Aluno-Deputado (proibido dissociar o estatuto) teve 1 Professor para 4 cadeiras no mesmo ano e ao mesmo aluno, para além de uma infindável catadupa documental de confusões e contradições com o processo do mesmo Aluno-Deputado.
    Repito, nem neste País haverá outra Universidade assim. E o Aluno- Deputado escolheu-a, livre e conscientemente, para obter aquilo que dizia ser e não era. Então isto não é grave? Então o Homem não tem culpa disto?
    Tem, tem. E muita.
    Não é preciso ser Engenheiro.
    Badta ser-se Sério, Sóbrio e Competente, o que manifestamente o Homem parece não ser, para mal de todos Nós.
    2 Exemplos de Bons Governantes que nunca disseram ser, o que não eram:
    o "nosso" ALCINO CARDOSO. o "deles" MALDONADO GONELHA.
    Tou farto de ver gente séria, a fzaer fretes ... a quem não deve.
    ACF

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  12. Então, Ventanias, os jornalistas fazem o quê? Aceitam passivamente as trapalhadas que um político, mais do que ninguém, sabe baralhar? Deixa-se envolver, aquiescer, manobrar, não questionar? Os jornalistas são de ventanias fixas, não têm corrente própria de inteligência para desarmar o entrevistado? Ficam a ver os papéis que ele ostenta sem os ver sequer, sem saber o conteúdo? Bramir teorias da conspiração ou brandir papéis elucida quem?
    Haja melhor corrente de ar. Antes um vira-vento que um vento numa direcção só.

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