quinta-feira, abril 12, 2007

A entrevista a José Sócrates foi ontem vista por muitos milhares de portugueses. Os muitos milhares de portugueses, infere-se, que costumam deixar a televisão deserta quando há debates políticos, que não vão às urnas votar nos referendos e que não sabem/não respondem o que quer que seja sobre a Constituição da Europa, a guerra do Iraque, o preço do petróleo, a OPA sobre a PT, a Ota, o TGV ou qualquer outra questão que os afecta (e eles nem sonham) no dia-a-dia de todos os dias. Ou seja: foram os muitos milhares de portugueses que ficam embasbacados, imbecis, em frente à televisão a ver o 'big brother' ou outras manifestações afins de irresponsabilidade intelectual e de lixo tristemente televisionado. Estes muitos milhares de portugueses viram a entrevista a Sócrates não para se informarem do que quer que fosse, mas para chafurdarem gostosa e deleitadamente na lama de uma para-notícia sem sentido. Não posso saber ao certo, mas apostava qualquer coisa em como a maioria destes muitos milhares de portugueses mudou de canal quando o tema da UNI acabou e as perguntas passaram para a área dos impostos, para o voto da CGD na Assembleia Geral da PT ou para qualquer desses outros problemas que não têm importância nenhuma; aposto que houve uma debandada para a TVI, onde passava uma porcaria qualquer (não sei que porcaria seria, mas não há como errar: na TVI está sempre a passar uma porcaria qualquer, mesmo quando é o telejornal). O tema Sócrates/UNI não tem relevância. Não votei no senhor, nem me passa pela ideia vir a votar. Mas imaginar que o homem pode acabar por ter que pedir a demissão e convocar eleições por causa de um assunto destes, faz-me imaginar que, se suceder, deixarei de ter coragem para sair das fronteiras de um país que tão tristemente se desgoverna.

4 comentários:

  1. Meu caro,

    Como explicou ontem Pacheco Pereira, o problema não está nas trapalhadas em que o primeiro-ministtro se meteu para obter o seu título académico. A questão é outra e de essencial relevância política: e se no resto, e se na OTA, por exemplo, ele age do mesmo modo e com os critérios que usou para obter o grau académico?
    Desculpe, mas estão questão não é uma "não-questão"

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  3. Olha lá não sabes colocar títulos?

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  4. Pois é. O Funés tem razão.
    A OTA está aí e o Engenheiro que diz que é Engenheiro mas não é reconhecido como tal, é quem vai decidir. Com Quem?
    Com os Luis Aroucas e Antónios Josés Morais deste País de Arranjistas e de Faz de Conta, e pagando favores aos lobbys que "financiam" os Aroucas e Antónios Josés Morais deste país, que tem um Sócrates que não é Engenheiro mas quer ser Engenheiro, como PM.

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