O Bloco de Esquerda é um partido curioso.
Tem um discurso virado para o eleitorado urbano, com propostas essencialmente práticas (isto é, que estão desligadas de apreciações valorativas).
A tendência ideológica é ocultada, omitida. Ninguém ali fala de marxismo, de igualdade de classes, de saída da Nato, etc. Mas essa é a base, a origem estrutural do Bloco.
O Bloco não tem implantação autárquica, salvo nos centros urbanos.
Organicamente, o Bloco não existe. Assenta exclusivamente no mediatismo de um ou dois dos seus protagonistas, com um ar erudito e eficaz.
É exactamente este o modelo de estrutura de partido que agora defende Paulo Portas.
Só que sem uma base de valores sólida, sem um partido implantado e organizado, sem uma equipe forte e competente é impossível ser eficaz, estruturado e consistente. Quer na oposição quer principalmente no governo.
Parece-me uma injustiça tremenda acusar Paulo Portas da ausência de valores sólidos. Quanto à equipa competente, julgo que a excelente qualidade do grupo parlamentar (reconhecida por todos menos pelo Dr. Ribeiro e Castro) mostra plenamente o que é uma equipa forte e estruturada, que só não é mais eficaz devido à liderança amorfa e políticamente correcta que o partido tem sofrido.
ResponderEliminarJá agora, gostaria que me dissesse qual é a base ideológica do PS ou do PSD porque, sinceramente, não vejo nenhuma.
Cumprimentos,
Joaquim Gagliardni Graça
Tenho que concordar com o Joaquim Gagliardini Graça. Só mesmo a frouxidão da actual liderança encabeçada pelo Dr. Ribeiro e Castro justifica que o próprio (e os seus sequazes) sejam os únicos a não reconhecer mérito político ao grupo parlamentar do CDS.
ResponderEliminarMas a actual liderança do CDS reconhecer isso implicaria reconhecer o seu cinzentismo, falta de brilho, incapacidade de motivação e mobilização, a sua ausência de chama, enfim, a sua falta de carisma.
Daí que o discurso da actual liderança do CDS seja, em muitos pontos, demasiado parecido com o do PCP, designadamente quando põe uma tónica exagerada na importância do "partido ter que estar implantado no terreno", "no colectivo", do "unanimismo à volta do líder eleito", mas também quando menoriza a importância da capacidade de impacto na opinião pública. Em suma, quando põe a tónica em exagero no partido e mal se fala no país e para o país que há fora das sedes distritais e concelhias.
E assim tivemos nos últimos 2 anos um CDS a olhar para si. Quando de fora cada vez menos havia quem visse alguma coisa no CDS.
Bekx
ResponderEliminarEu não disse que Paulo Portas não tinha valores. Isso não sei, mas imagino que tenha.
O que sei é que na sua (de Portas) proposta de acção política, o CDS deve ser prático, pragmático. Isto já foi, aliás, explicitado.
Ora eu acho esta táctica um erro. Só com uma base de valores sólida é que é possível ser eficaz, estruturado e consistente.
Bem... não estava à espera de ler por aqui um elogio tão desbragado ao Bloco de Esquerda. Mas pronto, há dias assim... A.F.S.
ResponderEliminarAcho que será difícil classificar um grupo parlamentar de brilhante quando, as únicas vezes que saiem nas notícias, é quando estão a dizer mal do presidente do partido...
ResponderEliminarÉ difícil classificar um grupo parlamentar brilhante quando o líder desse mesmo bando defende, publicamente, que o partido deve mudar de presidente, um mês antes do início da campanha para o referendo ao aborto.
Acho que não se pode nem se deve confundir hipocrisia com bilhantismo.
A única coisa com que o grupo parlamentar está preocupado (e nisso são efectivamente brilhantes) é em manter o lugar nesse mesmo grupo, sendo que já viu que com esta direcção qualquer um deles não entra nem em 15º lugar no circulo para a Europa.
E acho, acima de tudo, que a atitude do Dr. Paulo Portas desde que saiu da liderança, a guerrilha interna que atiçou, demonstram bem como é que ele está ao nível de valores.
Pelo menos a lealdade e o respeito pelo líder eleito em congresso, não abunda para aqueles lados...
T Pestana, desculpe-me o que lhe vou dizer, mas é precisamente esse tipo de auto flagelação que você fez (salvo seja!) que me parece errado e desadequado para quem quer um CDS com protagonismo na vida política portuguesa.
ResponderEliminarComo diz o povo, "quem perde trota", e o que é grave é que a actual direcção do CDS nunca deixou de trotar. E por isso é que nunca ganhou e nunca se afirmou verdadeiramente.
A vitimização é só o caminho mais fácil e que é normalmente seguido por quem não tem têmpera de vencedor. E acho que esse é demasiadamente o timbre da actual direcção do CDS.
A vitimização pressupõe o afectado fazer-se de vitima. Eu não faço parte da direcção, aliás, nem sequer era militante do CDS até há bem pouco tempo.
ResponderEliminarVamos ser sinceros, a única verdade é que a direcção foi constantemente atacada pelos pontas de lança do partido.
Os deputados, a voz do partido na montra da nação NUNCA concordaram com uma posição da direcção. Não têm de o fazer é certo, somos um partido democrático, no entanto escusavam de berrar a sua discordância aos sete ventos.
Sinceramente gostaria de saber como é que o Dr. Paulo Portas lidava se tivesse um grupo parlamentar deste calibre?
Só acho triste é toda a gente vir agora dizer que acha normal a situação que se viveu. As birras por terem perdido o congresso (por culpa própria aliás). O constante desgaste ao próprio partido. Por tudo e por nada... Foi demais, não se justifica...
Se bem se lembram, NINGUÉM teve esta atitude com Paulo Portas, todos os actuais apoiantes de RC apoiaram Portas, trabalharam com Portas e sentem-se agora injustiçados por não verem o seu trabalho reconhecido. Nem sequer apreciado...
enfim... sinceramente é triste...
Antes de mais, tpestana, ainda bem que veio para o CDS e espero que tenha vindo para ficar. Ganhe quem ganhar as directas que se avizinham.
ResponderEliminarMas tem razão, quando referi a vitimização não me referia a si mas sim à direcção do CDS, embora o seu discurso tenha ido muito na mesma linha. E foi nesta parte que considerei você ter usado o tom desadequado. Como acho que fez a direcção do CDS, com as inerentes responsabilidades que você não tem, o que agrava as coisas.
O que eu já não concordo é quando agora você diz haver "uma única verdade". As coisas não me parecem tão lineares. A mim parece-me claríssimo que tivemos muito mais uma direcção do CDS a berrar aos sete ventos que o grupo parlamentar a tratava mal (e que só por isso não era brilhante...) do que o contrário (embora reconheça também aqui ter havido excessos). E inversamente tivemos muito mais oposição ao governo por parte dos elementos do grupo parlamentar do que da direcção do CDS. Dir-me-á que fizeram a obrigação deles. E eu concordo. Simplesmente considero, também, que a direcção do CDS assim ficou muito aquém das responsabilidades que lhe cabiam enquanto tal.
Para terminar, sabe porque é que à direcção do Dr. Paulo Portas nunca faltou apoio de todos? Porque teve mérito para isso. Porque soube unir e não porque tenha tido
algum tratamento de favor.
afm, você desculpe. Mas está a falar de algum vencedor? Alguem que tenha obtido uma vitória para o CDS?Alguem que tenha impedido a maioria, actual, do PS?
ResponderEliminarO Portas que eu conheço foi o que saiu porque tinha sofrido uma enorme derrota ( palavras dele! )
O Portas que eu conheço, esteve envolvido na maior anedota de governo de que há memória!
Eu fico espantado como é possível que as pessoas cultas ( como é o caso ) não percebam que o que está em causa é o CDS - Democrata Cristão - ir a votos nacionais!
Com Portas quem vai a votos é o próprio!
E é um Portas descredibilizado!
Luís Moreira, antes de mais, Portas não saíu na sequência de uma derrota sua (dele), mas sim na sequência de uma enorme derrota do centro direita (campo ao qual ele pertence como uma parte, apenas, tal como Ribeiro e Castro, p/ex.). Esta derrota é um facto objectivo e nunca foi outra a expressão usada pelo Portas.
ResponderEliminarDepois, segundo o próprio actual presidente do CDS, com ele (Ribeiro e Castro) o CDS é um partido democrata cristão, conservador e com espaço para o liberalismo. E por isso, desculpe-me, mas o dogmatismo democrata cristão que você diz ter o CDS hoje, na verdade não existe e temos, afinal, um CDS a dirigir-se ao mesmo eleitorado a quem se dirige desde 1998. Quanto a mim, acho bem e não é sequer deste posicionamento que eu discordo da actual direcção do CDS.
Quanto ao seu argumento, já por mais que uma vez usado, que com Portas é o próprio quem vai a votos, francamente, aí a história desmente-o, já que durante os 7 anos que foi presidente do CDS Portas mereceu o apoio esmagador de todos, desde as bases até aos quadros mais altos (p/ex. a MJ Nogueira Pinto, que tinha concorrido contra ele), e conseguiu chamar quem até então se tinha desligado do CDS. P/ex. o próprio Dr. Ribeiro Castro, que havia muitos anos ser ter responsabilidades no CDS e hoje é deputado europeu porque foi cabeça de lista de candidatos feita quando Paulo Portas era presidente.
Aliás, Ribeiro e Castro reconhece isso mesmo, tanto que no debate de ontem não conseguia criticar o passado (apenas a demissão em 2005, critica refutada pelo próprio na moção com que foi eleito a primeira vez). Critica actual só mesmo a (estafada) do Portas ser líder da oposição interna. E que só por isso Ribeiro e Castro não se conseguiu afirmar...
o BE sao meia duzia de FXISTAS. Quemsao as familias? n sao filhos do meu Pai. Cavou a terra dosoutro toda a vida. Palhaxos
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