Ao longo desta semana acompanhei com muito interesse os altos e baixos da popularidade da alheira nos meios de comunicação social e nos meios académicos e científicos nacionais. Parece que a coisa está complicada. Primeiro, vieram dizer que a nossa alheira era praticamente mortal. Agora parece que já não é. O estudo sobre a alheira baseava-se em critérios irlandeses, e desconfia-se, não sei bem porquê, que os irlandeses não saberão muito sobre a alheira lusa, nem sobre a sua estrutura e composição. Foram os produtores que o vieram dizer. E qual é o fundamento para não se conseguir avaliar a alheira cientificamente e por critérios “irlandeses”? É só uma, e tem que estar relacionada com a natureza ímpar deste objecto gastronómico que é uma realidade enigmática de impossível definição, de conteúdo e recheio imprevisível e aleatório, em suma, uma verdadeira obra de arte! E foram lá querer sujeitá-la aos critérios de avaliação do mais comum dos chouriços!
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