O João Villalobos escreve no http://corta-fitas.blogspot.com sobre as criadas, e como o politicamente correcto fica chocado com tal expressão.
A mim não me choca quando falamos em criadas, porque elas eram realmente criadas no sentido pejorativo de criação, iam para casa dos Senhores na cidade em pequenas, e lá cresciam. Os Senhores faziam de tudo para que não estudassem e o ideal era ficarem solteiras até velhotas. Por isso, tentavam as patroas, que só saíssem no Domingo à tarde, para assim terem menos hipóteses de conhecerem um qualquer magala.
Poucas famílias citadinas com poses, da classe média, ou mesmo remediadas, não tiveram a sua Srª Maria.
Eu tive.
E quando penso na minha vida, é impossível não incluir nela a Srª Maria.
Como muitas outras, noutras casas, também saiu de lá velhota, orgulhosa de ter ajudado a criar os seus meninos, como criou o seu próprio filho.
Para mim não existia a criada Maria, existia a Srª Maria, que era respeitada como se fosse da família.
Não podemos ter vergonha do nosso passado, como se tivéssemos feito alguma coisa de mal.
Não nos podemos render à imbecilidade do politicamente correcto, que tudo quer analisar à luz dos nossos dias.
A nossa sociedade foi o que foi. Mudou? Não sei. Mas não é não falando das coisas que um dia vamos perceber o que fomos e o que somos.
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