segunda-feira, dezembro 11, 2006

Li 144 páginas sobre a deliberação da ERC que tanta polémica levanta no Público e aqui no Nortadas. E delas tiro algumas ilações:

1 - nada disto aconteceria se já tivessem acabado os "feudos" do estado na comunicação social. Há muito deveria ter acontecido a privatização da RTP. Estariamos agora a discutir linha editoriais.

2 - A ERC procura provar que a RTP teve um papel exemplar no acompanhamento dos fogos, o que me parece conseguir, mas conseguiu provar que nesse dia 12 houve "funcionalismo público" e algum desnorte em termos de organização. Este último acontece aos melhores, o funcionalismo público já não aconteceria se se verificasse a minha primeira ilação.

3 - Apesar da longa argumentação produzida, de forma a puder criticar o jornal Público ou mais precisamente o seu director, não consigo ver que um colunista não possa apresentar factos. Só assim consegue sustentar a opinião critica que faz. O uso de fontes não é exclusivo de peças "informativas" vulgo noticias. Tonto é o colunista/opinio maker/critico que não consulta livros, documentos ou peritos nas matérias. As chamadas fontes. Se se baseia em fontes erradas, que as desmascare, se as fontes são verdadeiras que as sustente em novo artigo.

4 - Dessa forma não consigo fazer o paralelismo entre um artigo de opinião não (?)fundamentado ou provado e uma falta de rigor por parte do director do Público.

5 - Alguns dos recados que constam desta deliberação, bem como algumas das análises/considerações sobre as pessoas envolvidas, querem-me parecer um pouco desfasadas das funções que deve ter uma ERC.

6 - Longe da realidade anda a ERC se julga que não existem telefonemas com sugestões, criticas e alguns impropérios feitos por assessores ou os próprios, deste ou de outros governos ou instituições, a jornalistas sejam eles da RTP ou da CNN. Como refere José Manuel Fernandes, cabe a quem os recebe perceber a justeza e a dimensão do que lhes é transmitido. E da forma como o foi.

7 - E não consigo perceber o que esteve a ERC a analisar: o artigo de ECTorres, os desmandos de Agostinho Branquinho ou a imparcialidade jornalistica da RTP. Se foi esta última ficamos satisfeitos e percebe-se o trablaho, mas não se percebe a recomendação feita ao Público. Se foi o artigo de ECTorres não percebo o que por lá anda a fazer as declarações de Agostinho Branquinho. Se eram as declarações de Agostinho Branquinho andou a perder tempo.


Resumindo, privatize-se a RTP, analise-se as queixas, vigie-se a aplicação das leis e deixe-se o mercado funcionar.

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