O meu caro João Anacoreta que me desculpe mas não resisti.
Começo por esclarecer que sou membro da Direcção do Público embora o que vou escrever não obrigue o Público. É a minha opinião pessoal.
O post do meu amigo João Anacoreta não me deixa indiferente. Não vou discutir as razões juridicas que estão na base da decisão da ERC. Vivo num país democrático e, por isso, para além das leis (que todos devemos cumprir) há valores mais altos que nos devem obrigar a lutar por eles mesmo quando a lei os coloca em causa.
Penso ser este o caso. A ERC pronunciou-se sobre um artigo de opinião publicado no Público no ultimo verão onde o seu autor procurava demonstrar que a cobertura da RTP aos incêndios tinha sido menor que as suas concorrentes, que os membros do governo tinham tido uma maior exposição que nos seus concorrentes e que isso se devia a influência directa do Governo. Para ser breve, a ERC considerou que o Director do Público deveria ter impedido a publicação daquele texto de opinião. Procurar um adjectivo suave para esta posição da ERC é dificil, já que o que me ocorre de imediato é censura. Perante isto é natural que alguém cuja principal função é informar e dar espaço à opinião, como é o caso do Director do Público, se sinta revoltado e o expresse de forma livre num jornal livre como é o Público.
Por fim, caro João, a notícia da posição da ERC tinha na edição de sexta feira do Público um destaque pelo menos idêntico ao do Editorial do JMF. Insinuar que o tema foi tratado de forma parcial é não conhecer o Público. É quase tão mau como achar que a lei pode legitimar a censura...
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