segunda-feira, outubro 16, 2006

Uma questão III

Num post aqui em baixo o meu bom amigo João Anacoreta diz que eu não percebi bem a posição do CDS em relação ao referendo do aborto.
Talvez não me tenha explicado bem.
Não estava a criticar a posição do partido na questão de facto da liberalização/despenalização do aborto, nem sequer me vou meter nessa discussão.
O que acho extraordinário é que este presidente e os anteriores digam que a lei está bem assim, que não deve ser mudada, mas preferirem abster-se na convocação do referendo que pretende muda-la.
O que acho extraordinário é que este presidente e os anteriores digam que este é um assunto levantado pela esquerda por agenda política, mas mesmo assim preferirem abster-se de votar contra essa agenda política.
O que acho extraordinário é que este presidente e os anteriores digam que a questão do não ao aborto faz parte da essência do partido, se o partido em trinta anos nunca discutiu seriamente a questão, como se os militantes de 1974 fossem os mesmos de 2006.
Parece-me acima de tudo que o que é extraordinário é o partido estar sempre refém das políticas dos outros, e quando é chamado a pronunciar-se, abster-se.

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