Muito interessante a entrevista de ontem a Filomena Mónica, na RTP. Lúcida a sua análise da Democracia portuguesa e da Portugalidade. Estimulante a evolução do seu pensamento no sentido liberal - de liberalismo filosófico, não de abstencionismo estatal -, nomeadamente quando defende a necessidade de premiar o mérito. Significativas as contundentes críticas que efectuou ao sistema de ensino.
Faltou, porventura, a uma pessoa que prefere continuar a afirmar-se de Esquerda, apontar caminhos de modernidade a essa mesma Esquerda.
Não gostei, apenas mas não é pouco, da confusão que intencionalmente fez entre previligiados e Direita. Ainda que se possa admitir que a Direita é a principal responsável por essa confusão, na linha das críticas que aqui tenho apontado às elites nacionais, a verdade é que não são a mesma coisa, nem nunca foram. A Direita é uma opção política, por políticas concretas. Que eventualmente poderão ser apoiadas pelos previligiados, ou não - em Portugal, até sei que não são, pelo menos exclusivamente. Mas não se confundem, apesar do atoleiro moral e político em que a generalidade do que se considera direita se tem mantido de há longas décadas.
A não ser, estritamente, porque isso dá jeito à esquerda. Fraco argumento. Até porque a realidade o contraria: há hoje inúmeros previligiados de esquerda, incluindo entre as suas figuras de proa.
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