"Portugal é hoje um produtor líquido de segurança internacional e as Forças Armadas são um instrumento de excelência elogiado por todos". Vivemos, de facto, tempos novos. Devo dizer que este tipo de expressão tecnocrático-empresarial aplicado às Forças Armadas de Portugal me causa alguma impressão, tanto mais que o seu autor é o próprio Ministro da Defesa.
Porventura serei demasiado conservador, mas não me parece que o objectivo das nossas forças armadas se deva colocar ao nível de um prestador de serviços de segurança ou que elas sejam um instrumento de marketing ou de promoção do país. São, creio, muito mais do que isso ou, melhor, não são isso de todo.
Caricaturando e desenvolvendo esta tese, talvez seja melhor colocar o Exército sob a tutela da API, a Marinha sob a alçada do ICEP e incorporar a Força Aérea na TAP.
A linguagem ainda menos se percebe quando apreciamos o curriculum deste Governo em matéria de Defesa Nacional. Nada de relevante foi conseguido. Não se deu andamento ao programa de reequipamento desenvolvido pelo anterior Ministro, não se renovou a estrutura e a organização, não se rentabilizou o património, não se dignificou o estatuto militar ao nível do protocolo do Estado, nem sequer, ao que se lê nos jornais, se disponibiliza o dinheiro suficiente para pagar a luz em alguns quartéis.
Não tenho, portanto, a ideia de que o Governo trate bem uma instituição que, nas palavras originais do Ministro, é tão importante para o mundo.
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