Nós os portugueses temos o hábito de descuidar as coisas simples, pelo menos assim o creio. Julgo também que é pena, pois muitas vezes é nas ideias simples que se encontram as soluções geniais de que as coisas precisam.
Por exemplo, citarei a história de um concurso que a Colgate abriu entre os seus funcionários, à procura de encontrar fórmulas para aumentar o volume das suas vendas. O concurso foi ganho por um porteiro que, muito simplesmente, sugeriu que se aumentasse o diâmetro da saída do produto: resultado, os consumidores pensando que estavam a utilizar a quantidade habitual do produto passaram a gastá-lo muito mais rapidamente, visto que saía mais quantidade de uma forma dissimulada que eles não percebiam. Obviamente, se o produto se gastava mais depressa as pessoas tinham de comprar mais... Genial. Simples. E eficaz.
A pensar na possibilidade de igual sucesso que outras ideias simples poderiam trazer para um dos maiores flagêlos nacionais, a burocracia, e convicto que a melhor maneira de resolver os problemas do funcionamento do nosso País não é pedir aos iluminados habitantes do Terreiro do Paço que criem novas soluções mírificas, lembrei-me de lançar aqui no Nortadas um repto aos nossos leitores e demais contribuintes:
- vamos todos, até ao final do ano, sugerir ou pedir aos nossos amigos que apresentem as suas sugestões sobre coisas simples que o Estado poderia fazer para nos simplificar a vida a todos.
Interessa apenas recolher as ideias que normalmente partilhamos com os nossos amigos ao café, sobre coisas e situações com que nos deparamos diáriamente, no nosso trabalho ou na condução da nossa relação com os serviços do Estado e para as quais sentimos, ou sabemos, haver melhores maneiras de as fazer acontecer, ou formas mais económicas de alcançar o mesmo resultado, ou modos mais eficientes de prestar o mesmo serviço, ou qualquer outra ideia que, na nossa humilde opinião, pudesse contribuir para que a nossa vida em Portugal fosse mais agradável, mais fácil, mais simples.
Se duas cabeças pensam melhor que uma, imaginem dez milhões... ou mesmo apenas duzentas!
Pela minha parte não duvido que muitos de nós, pelo nosso conhecimento no terreno da miríade de situações com que nos deparamos com ineficiências dos serviços do Estado, conhecemos já soluções para muitas delas ou temos amigos que falam há anos de outras soluções para outras tantas situações. Soluções práticas e simples, não teorias gerais políticas sobre a organização do Estado ou as políticas que gostaríamos de ver aplicadas. Apenas coisas concretas que fossem de fácil execução. Procedimentos aligeiráveis, simplificações burocráticas, aliviamento de regras redundantes, etc, quaisquer sugestões que primassem pela simplicidade e facilidade de execução.
Se a proposta tiver acolhimento suficiente, para além do gozo de dar a conhecer as nossas ideias, pode ser até que se consiga organizar um prémio para as melhores ideias.
Fica o repto. Aceito sugestões sobre a melhor forma da sua execução.
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