Caro Diogo, Amigo e companheiro blogger,
O teu artigo de hoje Domingo no Público, tem duas partes: uma é muito boa e útil.
Tens razão quando dizes que o grupo parlamentar do CDS não deveria ter ficado de fora, e tens razão quando dizes que o pacto não deveria incidir apenas sobre matéria legislativa.
Tens razão quando falas no que o pacto tem de bom, e no que infelizmente ficou esquecido.
Infelizmente o último parágrafo não tem sentido. Pode-se até dizer com bastante certeza que não tem rigor histórico que o sustente.
O CDS não foi convidado para contribuir para o pacto. Dizer que isso é consequência de uma hipotética falta de eficácia da direcção do CDS é uma falácia, que me parece não ter sentido.
Eu explico:
Quem quer que fosse o líder do CDS, o PSD nunca aceitaria fazer pactos de regime com o CDS, nesta altura. A situação não é, aliás, nova. Já antes das eleições que levaram à coligação governamental PSD/CDS, o PSD não passava cartão de espécie nenhuma ao CDS. Vou até mais longe: o PSD não suportava o CDS do Dr. Portas. O que aliás se percebia, até porque o PSD ambicionava (e ainda ambiciona) o eleitorado do CDS.
Contudo, em face do resultado eleitoral da altura, o PSD teve de suportar o CDS no governo. Se não fosse essa necessidade, de nada tinha valido ao CDS afirmar-se do arco da governabilidade, e outras coisas parecidas. Defender políticas próprias de quem está no arco da governação não é uma estratégia de atracção do PSD…
Mas as divergências entre o CDS e o PSD na área da Justiça não são de agora. Quando há meses o CDS apresentou no Parlamento uma proposta sobre a área da Justiça, a maior oposição veio do PSD, e o Paulo Rangel até mostrou pouca piedade pelo anterior parceiro de coligação. Não vejo porque haveria de ser diferente agora.
É por isso que não concordo com a análise que reproduzes.
Um abraço
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