O Nortadas desde sempre esteve aberto a contributos externos aos seus escribas. Por isso entendemos postar uma carta recebida de João Alpuim sobre a polémica do Rivoli. Como de costume, também esta posta apenas responsabiliza o seu autor. Dada a extensão do mesmo, a leitura integral será possível seguindo o link que encontrará. Desfrute....
Caro Marcelo Mendes Pinto.
Estive contigo na vigília do Rivoli e vi muitas pessoas espantadas com a tua presença.
Depois li neste blog que havia mais pessoas espantadas com as tuas posições públicas de defesa de uma política cultural.
Queria dizer-te que a mim não me espantam absolutamente nada. Não esperava outra coisa de ti.
Estive contigo na direcção da Culturporto entre 2002 e 2004 e sei bem o que lutaste, naturalmente não em termos públicos, mas sim privados e "em sede própria".
Obviamente que a ignorância cultural do executivo já vem de trás e se só agora estalou, muito se deve à tua saudável oposição (mesmo dentro da coligação – assim é o espírito democrático).
E os que não acreditam que isso aconteceu basta abrirem os olhos e "somar 2+2". Alguma vez no teu tempo houve esta atitude calada e obediente do vereador da cultura perante alguns dos atentados culturais que vão sendo feitos? Alguma vez deixaste que a Culturporto fosse esvaziada de funções?
Talvez seja bom lembrar (ou revelar) alguns casos:
- Quando chegámos tinha acabado o Porto 2001/Capital Europeia da Cultura e as expectativas eram enormes. O orçamento não. Foi assim que abrimos, com relutância, as portas do teatro a espectáculos comerciais e fizemo-lo com muitos cuidados, escolhendo bem as peças (cometemos, é claro, alguns erros…), Desta forma quisemos complementar o orçamento, para podermos manter alguma programação própria (e não quebrar o excelente trabalho feito pelos programadores do teatro, nomeadamente nas áreas da Dança Contemporânea e do Novo Circo). Procurámos um equilíbrio. Lembro-me de como fomos criticados.
Vejo agora que a programação própria não existe quase e que os comerciais tomaram conta do palco. A nossa lógica não era esta!
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