Entre muitos outros méritos o seleccionador nacional tem um. Conseguiu impor respeito.
Como figura pública não se lhe dirigem pelo nome.
Quando o abordam os senhores jornalistas ao que me parece começam invariavelmente por:
-“Senhor Scolari, o jogo…”.
Isto é importante, é relevante?
Penso que sim!
Com efeito, há uns anos começou a fazer escola na comunicação social portuguesa o tratamento directo dos entrevistadores aos entrevistados ilustres pelo nome. É verdade que no BI do cidadão não consta o título académico que eventualmente tenha obtido, mas todos somos “Senhor/Senhora”.
Até os franceses, republicanos e igualitários, sempre antecedem o tratamento dos cidadãos de Mr. ou Mme.!
Os espanhóis resolveram bem este tema e o tratamento é também uniforme, seja na Rua seja na TV, começando as abordagens normalmente por:
- “D. Luis …..”
Pois por cá o Sr. Fernando da Livraria é Senhor Fernando Silva na TV, o Sr. Professor Cavaco Silva, assim tratado por qualquer um de nós onde quer que seja que o possamos encontrar, na TV é tratado amiúde, directa e indirectamente, por “Cavaco Silva”.
É certo que há quem não se importe, há quem goste até desta proximidade!
Todavia, não será este um indício de falta de educação, de tentativa de proximidade indesejável, de mau exemplo?
Não pretendo com o exposto dar um sinal de conservadorismo injustificado, mas penso que o tratamento das pessoas em sociedade é um dos passos fundamentais para uma convivência harmónica e frutífera.
Os jornalistas com os políticos, os políticos com os jornalistas não perceberam isso, salvaguardas algumas excepções!
O Senhor Scolari aos jornalistas soube impor-se. Os jornalistas, alguns jornalistas, com ele também não tiveram hipótese.
Obrigado Senhor Scolari!
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