Nos dias que precederam o Portugal-França ouve um fenómeno after England e après France. Muita tinta correu quer para os lados da velha Albion, quer para as bandas da Gália. E, por alguns dias, houve uma original e irrepetível aliança anglo-francesa. Claro que o motivo – inchemos o peito - fomos nós, os Portugueses, ou melhor, a nossa selecção. A maledicência, de aquém e além Mancha, invocava, como justificativo do seu mal-estar, o carácter imerecido do percurso da equipa portuguesa no Mundial. Resumidamente, muito teatro e falta de fair-play. Fomos alvo de uma verdadeira campanha de delapidação de imagem. Os ingleses, ressabiavam a sua derrota em Cristiano Ronaldo, os franceses exorcizavam os seus medos na falta de uma alegada superioridade da equipa portuguesa em termos técnicos...morais. Viu-se...!
O comportamento das imprensas revela o espírito dos povos, e neste caso, demonstra bem o mau perder e os métodos que são capazes para levarem a água ao seu moinho. Ora, para a mentalidade lusa, sempre fã dum qualquer estrangeirado, tais posturas dão que pensar.
À beira do comportamento auto-desculpabilizante inglês e da atitude arrogante francesa, não me chocam as massagens ao ego com que a imprensa portuguesa tem brindado a nossa equipa. E não me parece justo, neste caso, dizer que se está a passar a mão na cabeça dos meninos. Se é bem verdade que em Portugal temos o vício de não assumir responsabilidades e achar que a culpa deve morrer solteira, mais verdade é que, na fleumática Inglaterra e na grandiosa França, o síndrome parece ser bem pior: a culpa enxota-se e é sempre dos outros!!!
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