segunda-feira, julho 17, 2006

Hezbollah

Hezbollah quer dizer na sua tradução: Partido de Deus. Osama Bin Laden, o xeque Yussuf, os bombistas de Nova Iorque, de Londres, de Madrid, de Bali, mandam matar e matam, em nome de um deus (o que, com certeza, é para nós inimaginável). Um deus de morte, de miséria, de ódio, de horror. Nasrallah, o xeque do Hezbollah não é diferente. Aliás, no Líbano, diz-se “há algo que devem saber sobre ele”: Nasrallah, sacrificou o próprio filho, mantendo-o em combate contra a ocupação israelita do sul do Líbano. Este facto, motivo de admiração, segundo Megan K. Stack, correspondente do LA Times, hoje em exclusivo no Público, deu-lhe todo um ascendente e capital político ímpar.
Nasrallah é uma esperança para os regimes “teocentristas” islâmicos. Khamenei, líder supremo religioso do Irão, irmanado pelo xiismo, afirma claramente, o seu apoio ao líder terrorista. Que Irão é este? Aquele que, há alguns meses, promoveu uma escalada imparável nos preços do petróleo face às ameaças em continuar com o seu programa nuclear. Será que estávamos e estamos todos confortáveis com a “legitimidade” de um país como o Irão, em possuir arsenal nuclear?
Que regimes são estes que defendem terroristas, tal e qual os responsáveis pelo ataque ao World Trade Center, ao metro de Londres ou à estação de Atocha (locais onde só devem ter morrido militares…). Será que tais terroristas têm de ser vistos como os guerreiros possíveis que munidos de uma funda fazem uma justa luta de pedras (intifada) contra o Golias Americano? Se a perspectiva é esta…estamos conversados!!! Nada mais há a dizer, pois o problema é de linguagem e de valores. Os caracteres simbólicos definidores dos parâmetros da questão não são perceptíveis reciprocamente.
Repito, o Hezbollah não é um mero grupo militar é uma organização terrorista, pura e dura. Deste novo terrorismo “sacralizado”. Aliás, tendo sido fundado como grupo militar resistente à ocupação israelita do Líbano, faria algum sentido, ainda, a sua existência?
Faz, enquanto braço de apoio ao deprimido Hamas. Enquanto força vingadora e destruidora dos sionistas, atacando indiscriminadamente alvos quer civis quer militares. Sempre na suma obediência aos ditames da lei do seu deus misericordioso – seguramente, nas virgens que lhes oferecerá pela demanda de vingança e morte na terras de David.
Acresce a tudo isto que, este perturbante novo conflito, tem implicações muito para além das fronteiras do Médio Oriente. Acaso vemos os países que lhes dão apoio apreensivos com a escalada militar, ou a fazer votos de pesar pelas vítimas civis israelitas? Seguramente, devo andar a ler jornais truncados…! É a conspiração do capital, dos judeus e do Ocidente…!!! Que isto do petro-dólar já era…!
Nas suas novas dimensões, o Terrorismo manipula as opiniões públicas. Por isso, camufla-se no meio de bairros civis. E é de lá que provem a fonte dos seus ataques. Tudo se resume a isto: para eles, como Nasrallah, morrer um filho, um civil ou um militar é igual. Todos ao serviço do mesmo e grandioso objectivo. Para nós, morrer uma única pessoa será sempre uma tragédia.

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