Afinal, a Ministra da Cultura e o Presidente da Câmara do Porto estão juntos. Juntos ao reduzir a cifrões o discurso sobre o nosso património cultural vivo.
A Ministra da Cultura ousou dizer (trata-se de facto de uma ousadia) que Maria João Pires não teria prestado contas de uns dinheiros que lhe foram entregues. E com isso sugere a desonestidade pessoal da Artista, achando que é disso que se faz um discurso político consequente.
O Dr. Rui Rio acha que nas mãos públicas o Rivoli só dá prejuízo, reduzindo ao vil metal o papel dessa instituição. Também Rui Rio acha que é no balanço (contabilisticamente falando) que se torna consequente o discurso político sobre a Cultura.
Julgo, com sinceridade, que nem a Senhora Ministra nem o Dr. Rui Rio têm real consciência - por absoluta falta de estrutura cultural - do ridículo das suas afirmações.
Torna-se em especial evidente que a Senhora Ministra fala de Maria João Pires (uma das maiores figuras a nível mundial da Cultura do Séc. XX) sem ter a verdadeira noção da sua relevância. Dizer que Maria João Pires foi ingrata com o País revela que a titular do poder político responsável pela Cultura não percebeu em que medida é que o País deve estar grato ao absolutamente extraordinário talento da Pianista.
O Dr. Rui Rio fala das contas do Rivoli sem perceber qual o verdadeiro alcance potencial deste "equipamento", quer na promoção de políticas sociais, quer na transformação do Porto no verdadeiro polo cultural de todo o Noroeste Peninsular (associado a Serralves, à Casa da Música, etc).
Como diz o Tê e canta Rui Veloso "... mas isso já eram coisas a mais"
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