terça-feira, junho 13, 2006

Amadorismo e profissionalismo

Filho da mãe pátria como sou, não podia deixar de ser também treinador de bancada. Foi por isso e nessa condição que me senti desiludido com a exibição da nossa selecção frente a Angola. Sobretudo porque, por razões profissionais, apenas pude assistir em directo à 2ª parte do jogo.

Felizmente, pude assistir em directo à entrevista concedida pelo seleccionador nacional, o brasileiro Scolari. Oh, meu Deus!!! Quem ouviu Scolari ontem no final do jogo, de boa fé, tem de ter percebido que a selecção está bem entregue. Ali domina o profissionalismo. O homem compreendeu-nos a alma e soube lidar com ela. Vai pagar um preço alto, o da ingratidão. Mas antes disso talvez nos dê uma alegria à maneira...

Passo a explicar. O Felipão não veio falar de tristezas (má exibição, falta de sorte nas oportunidades, etc). Veio falar de FADO. Do fado de não vencer as obrigações. Do fado de não estarmos à altura dos acontecimentos. E isso é ser Portugal. O Felipão percebeu. E preparou a equipa para vencer, mesmo que tivesse de jogar mal. Quando teve de escolher, preferiu reforçar a coesão e a concentração. Não embarcou nos delírios de grandeza, que nos teriam posto a cantar "campeão, campeão", como habitualmente fazemos quando confundimos uma andorinha com a Primavera.

Sinto que o Scolari é casmurro. Não tenho provas nem factos, apenas ecos de um episódio de um fadista português que pensava que o passado lhe dava direito a privilégios e que foi posto no seu lugar em público, por ter sido essa a arena escolhida. Infelizmente esse foi o episódio de que precisava a nossa centenária maledicência, para poder desforrar-se de um discurso que não compreende.

Vi, ontem na dita conferência de imprensa, confirmada a minha impressão, já aqui antes afirmada: a melhor garantia que temos de uma boa campanha neste mundial é o profissionalismo do nosso seleccionador nacional. Oxalá não me engane!!!

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