Aqui no Porto a conversa, à mesa do café, é sempre a mesma: que o Porto está a definhar, que as grandes empresas (bancos, seguradoras) deixaram de aqui ter sede, que há poucas saídas profissionais, etc., etc., etc...
Já por várias vezes se tentou inverter esta tendência, mas sempre sem grande sucesso. O centralismo de Lisboa mantém-se, e há verdadeira dificuldade em criar uma classe política local forte, com capacidade para inverter esta tendência.
A recente discussão sobre a fusão de municípios (Porto, Gaia e eventualmente Matosinhos) deve ser vista como mais uma (talvez a derradeira) tentativa.
Um município maior, em si mesmo, não será nunca solução para nada. Além do mais a cidade (sociologicamente falando) já existe, e não precisa de reconhecimento administrativo.
Gerir de forma integrada um território maior e mais população cria novos desafios, e abre novas perspectivas. É por isso mais atraente. Há assim a possibilidade real de associado ao novo município surgir um novo conjunto de lideres políticos, com capacidade de alavancar o desenvolvimento económico desta região. Há a possibilidade de surgir uma liderança política de horizontes largos e de ambições fortes. É nisso que acredito: em novas lideranças mais do que na medida legislativa.
É por isso que é importante que todos tomem posição sobre esta nova hipótese. É importante saber com quem é possível contar para este grande desafio, quando daqui as uns meses se der a união dos municípios.
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