Paulo Portas regressou esta semana ao mediatismo. Julgo que mal.
A sua sobriedade mediática, que tão bem soube conquistar quando esteve no Governo, era já um activo seu. Com o seu estatuto de um dos melhores do País já não pode cair no disparate das intrigas jornalísticas.
Infelizmente, esta semana não conseguiu resistir à tentação, e lá arranjou maneira de justificar nos jornais a declaração de voto "contra" a propósito da procriação medicamente assistida.
O objectivo desta notícia era claro: um recado público à direcção do CDS, como que a avisar “já não vou para os EUA, vou andar por aí…”.
A mensagem utilizada para dar o recado foi a de justificar a declaração de voto no louvável parecer do Prof. Daniel Serrão. Mas a história chegou mal contada às páginas dos jornais.
No projecto de lei elaborado durante o Governo PSD / CDS o Prof. Daniel Serrão havia dado o parecer favorável. No entanto, o projecto apresentado agora exclusivamente pelo PSD acrescentava um ponto, que faz toda a diferença: a utilização de embriões inviáveis.
Ora, a este projecto de lei elaborado exclusivamente pelo PSD o Prof. Daniel Serrão dá um parecer negativo, exclusivamente em virtude da adição do aspecto referido. Daí a indicação do voto contra da direcção do CDS ao seu grupo parlamentar.
Este teria sido um bom momento para o CDS se dar ao respeito, e mostrar a sua diferença profunda, que é ao nível dos valores.
Alguns elementos do grupo parlamentar utilizaram este tema para uma vez mais enfrentar – mediaticamente – a direcção. Paulo Portas não resistiu, e foi atrás. Com este comportamento regrediu uns anos, e ou arrepia caminho ou fica com a idade política de Nuno Melo.
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