A intervenção de Oliveira Marques, na apresentação da evolução do orçamento plurianual do Metro Porto foi elogiada e entendida como uma explicação séria de natureza técnica, bem diferente das confusões que no plano político se estabeleceram na sequência de um conjunto de afirmações do Ministro das Obras Públicas. De facto, a leitura dos números apresentados demonstra que não se pode comparar o incomparável devido à evolução – num sentido de crescimento – que o projecto teve. Assim, as previsões de 2000 foram estabelecidas para uma realidade bem diferente da de 2005.
Entre os números apresentados é importante destacar:
1º - Quanto ao investimento, a previsão inicial de 1071 milhões de euros relativa ao sistema de metro ligeiro foi modificada em virtude de alterações da relação com a Normetro e outras exteriores a essa relação para 1668 milhões de euros; em virtude das alterações de 2001 passou para 1913 milhões de euros; outras alterações como duplicações da linha da Póvoa e Trofa I, material circulante, a linha Campanhã-Antas, a linha do Aeroporto e os interfaces fizeram com que o orçamento de investimento ficasse em 2368 milhões de euros; por fim, as modificações que estão em fase de aprovação levam a um orçamento de 2402 milhões de euros;
2º - Todas as alterações são explicadas - especificadas entre linhas novas e reabilitações necessárias - e datadas;
3º - A execução do investimento até 30 de Junho deste ano está, dentro da previsão orçamental, em 1545 milhões de euros (já superior à previsão inicial);
4º - As necessidades de financiamento evidentemente que se modificaram, mas é interessante atender à estrutura do mesmo e às suas alterações;
5º - O Banco Europeu de Investimentos pesava em 2000 48,1% vale hoje 33,5%; os Fundos Comunitários passaram de 34,6% para 18,2%, o leasing não existia e vale hoje 14,8%, o PIDDAC passa de 9,4% para 8,7% estando inicialmente previstos 101 milhões de euros passando actualmente para 209 milhões de euros dos quais estão executados 99;
Para além destes dados entendo que se deve ter em atenção:
6º - A estrutura accionista da empresa em que avultam o Estado e as autarquias locais;
7º - As receitas que são geradas;
8º - A utilidade para a região e a sua população, nomeadamente por via da reabilitação urbana que se está a fazer;
9º - A comparação com os outros projectos de Metro quanto a custos e receitas.
Mas esses são temas a voltar mais tarde. Por enquanto basta ter como certo que a modificação na execução e previsão de investimento se deve (e foi explicado) a evoluções naturais do projecto que nada retiram à sua utilidade para o país. È importante que isso fique bem marcado. E por enquanto não é pouco.
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