Foi bom enquanto durou: a aversão de Rui Rio à lógica mesquinha, irracional e trauliteira - só para usar adjectivação que não seja excessiva ou demasiado veemente - às aparelhagens dos partidos acabou hoje. A lista da coligação PSD/CDS à Câmara do Porto é um regresso ao mesmo de sempre: são os aparelhos que mandam. Se há quatro anos os ditos aparelhos não acreditavam por aí além na possibilidade da vitória - e por isso só se divertiram a ligar para os jornais a explicar que Rio era um "nabo" e ia perder - desta vez estão convencidos que ganham e, por isso, a coisa tem que ser levada a sério. E, vai daí, decidiram tomar o assunto em mãos. Nada de novo, portanto. O que é novo - e para já não tem explicação - é o facto de Rui Rio se ter deixado submergir pelo partido, numa altura em que tinha tudo para não o fazer. Ou então não tinha, e somos nós (os eleitores) que não entendemos nada. É uma pena. Uma verdadeira pena. E mais pena há-de ter Paulo Morais - que por uma razão qualquer é detestado pelo aparelho do CDS, mas também, o que já se entende melhor, pelo do PSD - que era uma espécie de garantia de 'não afundamento' no pântano dos interesses obscuros, nomeadamente os imobiliários. Vão ser bonitos, os próximos quatro anos.
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